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sexta-feira, março 29, 2024

Costa Rica | Uma saída socialista para enfrentar o desemprego

O desemprego na Costa Rica continua nas nuvens porque as empresas continuam realizando demissões. O alarmante 12% nas cifras do desemprego, que representa quase 300 mil pessoas sem trabalho continua subindo. Por exemplo, a empresa de call center Van Ru despediu 130 trabalhadores, enquanto que a transnacional IBM despediu 150. Na transnacional têxtil Amena as demissões alcançaram 300 pessoas.

Por: Pabel Bolívar

Estas são novas demissões que se somam às mais de 1500 que já foram feitas nos dois primeiros meses em 2019.

Neste artigo vamos mostrar as debilidades da política de reativação econômica do governo de Carlos Alvarado, cujo objetivo principal é manter os lucros dos empresários e fomentar a precarização laboral. Também queremos explicar nossa proposta como Partido dos Trabalhadores para sair da crise do desemprego.

Reativação econômica: perdão para os empresários, miséria para os trabalhadores

O governo anunciou como seu plano estrela, a reativação econômica para este ano. Como parte desta proposta está a emissão de Eurobonos, geração de três mil empregos durante os próximos seis meses e a criação de uma Agência Nacional de Empregos.

Terá que ver se será realidade três mil empregos, coisa que duvidamos, mas se assim for, estes serão focados no setor de serviços. Os estivadores, as mulheres trabalhadoras de maquiladoras e outros setores precarizados continuarão igual ou pior. Também não há uma saída para mais de um milhão de pessoas que se dedicam ao emprego informal.

A isto se soma o projeto de educação dual e a entrada em vigência do Plano Fiscal que sem dúvida implicará num duro golpe no bolso da classe trabalhadora com o IVA. Milhares de pequenos comércios terão que ver como vão subsistir e certamente serão forçados a reduzir seu pessoal, fazendo com que o desemprego aumente.

A prioridade do governo é manter os privilégios dos empresários e garantir o pagamento de bilhões de colones da dívida aos grandes banqueiros e credores capitalistas, ao invés de pegar esse dinheiro e investir na criação de novos postos de trabalho.

Uma saída socialista para enfrentar o desemprego

Nós do Partido dos Trabalhadores acreditamos que não é possível servir a dois interesses ao mesmo tempo: ou se está com o povo trabalhador para garantir suas condições de vida, ou se está com os empresários e o imperialismo. Nesse sentido, propomos as seguintes medidas para enfrentar o desemprego:

Redução da jornada de trabalho

Deve-se reduzir a jornada laboral para 6 horas diárias e dividir as horas de trabalho entre os desempregados. Assim haverá tempo para que os trabalhadores tenham acesso à educação, cultura e se organizem politicamente.

Proibição das demissões

Atualmente a primeira coisa que os empresários fazem é despedir trabalhadores para assegurar seus lucros. Se os trabalhadores não geraram a crise do desemprego, não tem porque ficarem sem trabalho.

Plano de obras públicas

Atualmente a construção de hospitais, centros educativos, rodovias e demais infraestrutura está nas mãos de empresas privadas sob o modelo de concessão que tem todo o lucro e aos trabalhadores ficam baixíssimos salários sem direitos trabalhistas.

Somente o não pagamento de toda a dívida poderá gerar recursos suficientes para investir em saúde, educação e ter emprego de qualidade, isto é, empregos estáveis com todos os direitos trabalhistas e com a liberdade de organização sindical.

Para desenvolver esta política é preciso romper com o imperialismo e a exploração da classe trabalhadora. Por isso, só um governo dos trabalhadores que rompa com o capitalismo pode concretizar uma saída socialista contra a miséria e o desemprego.

Tradução: Lilian Enck

 

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