sex abr 19, 2024
sexta-feira, abril 19, 2024

Costa Rica | As direções sindicais e políticas devem romper com o governo e unificar a classe trabalhadora

Recentemente, entrou em vigor a Lei de Fortalecimento das Finanças Públicas, que incluiu uma grande combinação de ataques, como a aplicação de 13% do IVA ou o corte aos direitos dos funcionários públicos. Mas, ao lado disso, a classe trabalhadora vem sofrendo uma série de ataques do governo desde que este tomou posse há pouco mais de um ano.

Por: PT Costa Rica

As condições do povo vêm piorando, atingindo níveis de desemprego de 11,3%, ou seja, 3 pontos percentuais a mais que no ano passado. Mais do que apenas números, essas estatísticas representam muito mais famílias que enfrentam o desespero de não ter renda para cobrir o custo de vida que se encontra cada vez mais alto.

Os efeitos esperados da Reforma Fiscal só servirão para que o governo possa continuar financiando novas formas de endividamento, mas isso significará uma deterioração das condições de vida da classe trabalhadora. O próprio presidente do Banco Central declarou que a Reforma Fiscal não teve o efeito esperado sobre o investimento interno e menos ainda sobre o ânimo do consumidor, o que faz com que a economia se mantenha freada, com uma taxa de crescimento projetada de 2,2%.

Este é o valor mais baixo desde a crise internacional que atingiu a economia do país entre 2008 e 2009.Isso torna a situação insustentável e deu origem à crescentes conflitos em diferentes setores. Mas enquanto a situação se torna mais dramática para os trabalhadores, os grandes empresários continuam a se beneficiar de isenção de impostos, e continuam aparecendo casos que revelam os vínculos entre empresários e políticos para governar em função de seus interesses.

Tal é o caso da ALDESA, que tinha uma dívida fiscal milionária, enquanto Edna Camacho, Ministra das Finanças da época, implementou as isenções que beneficiariam os negócios do marido, presidente deste grupo empresarial.

As lideranças políticas e sindicais devem romper com o governo

No quadro da convulsiva situação política, as lideranças sindicais e as organizações políticas também estão recebendo questionamentos de suas bases. Recentemente, a Assembleia Nacional do Partido Frente Amplio rejeitou a decisão de se unir ao PAC em frentes bipartites para participação nas eleições municipais. A Assembleia argumentou que houve uma “virada direitista no Partido da Ação Cidadã” e que o governo entregou “toda a agenda econômica à extrema-direita”.

Mas enquanto a Assembleia Nacional rejeita a união com o PAC, a liderança da FA permanece firme em sua posição de manter Patricia Mora no INAMU. O deputado Villalta disse que espera que o governo “recupere o equilíbrio”, como se não fizesse parte dos responsáveis ​​pelas políticas aplicadas no último período, ao assumir sua participação no que chamaram de “Governo da Unidade Nacional”.

Essa mesma linha de “confiança” no governo é aquela promovida pelas lideranças sindicais, que apostaram nas mesas de negociação, tentando fazer emendas aos projetos que representam uma ameaça real contra os direitos da classe trabalhadora.Nossa força como trabalhadores não está nas mesas de negociação ou apostando em melhorias no arcabouço legal. Esse não é o nosso terreno, mas o da burguesia.

Nossa força está na unidade da classe trabalhadora, e é em organizar essa grande força que os líderes sindicais devem apostar.Para isso, é necessário organizar um grande encontro de lutadores que possa discutir uma agenda que faça frente à guerra que o governo declarou contra os trabalhadores. Esse plano de luta deve incorporar a convocação de uma greve geral e a suspensão imediata dos pagamentos da dívida pública para que a crise seja paga pelos ricos e não pelos trabalhadores.

Tradução: Nea Vieira

 

Confira nossos outros conteúdos

Artigos mais populares