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sexta-feira, março 29, 2024

Construir um plano de luta

Na segunda feira 25 de junho a classe operaria argentina protagonizou uma das maiores greves gerais dos últimos anos, ficou claro que era uma necessidade concretizar uma medida de força que refletisse a raiva contra o governo e seu plano econômico. Apesar da decisão dos dirigentes de que se deveria ficar em casa, em muitas cidades a greve foi ativa e se realizaram mobilizações massivas como em Rosario e Córdoba.

Por: PSTU Argentina

Como cantamos muitas vezes nas manifestações “isso não pode parar aqui, precisamos de um plano de lutas nacional”. É imprescindível dar continuidade e avançar para uma greve de 36 horas com mobilizações.

As complicações de Macri

Apesar de que Macri declarou “estar no caminho correto”, é difícil esconder a crise do governo. O acordo com o FMI e o empréstimo de $50 bilhões não só não  interrompeu a crise cambial como também os planos do governo vão ficando sem efeito, a saída de ministros como um sinal não tem tido efeitos favoráveis para a equipe de Macri.

Por mais esforços que faça, não consegue passar confiança ao mercado. E tem suas razões, já que por mais que o ajuste que cai sobre as nossas costas é brutal, ainda está longe de estar à altura do que os mercados pedem. E existem medidas, como por exemplo o corte do orçamento ao hospital de Cruce, que como produto do repudio massivo tiveram que voltar atrás.

Em um sentido similar, a possibilidade de que o teto para as paritárias passe dos 15% para os 25%, ainda que continue sendo limitado, já que nenhuma instituto localiza a inflação abaixo de 30%, somente se pode explicar pela predisposição dos trabalhadores para lutar. Da mesma forma que a vergonhosa proposta de aumentar $500 nos planos sociais.

Reforma trabalhista e demissões

Por outro lado, as condições do acordo com o FMI vão sendo conhecidos, deixando em evidência que ainda vem mais ajustes além de querer avançar com a Reforma Trabalhista.

No fechamento dessa edição estava para ser anunciada a redação final do ajuste a ser implementado nos ministérios nacionais. Como era de se esperar, é um conjunto de ataques ao funcionalismo público, embelezado com um ou outro corte de viagens oficiais.

As demissões continuam estando no centro da cena, não somente pelos 350 em Telam, que os meios de comunicação não conseguem esconder, mas também porque já são quase 100 mil os que já se concretizaram estes meses nos quais os trabalhadores das indústrias são os mais afetados.

Já sabemos qual o resultado dessa formula: demissões + inflação + teto salarial é igual a fome. É dessa forma que atualmente 48,1% das crianças são pobres e 33,8% se alimentam em restaurantes populares . Com o ajuste de Macri e o FMI isto será cada vez pior.

A CGT em vez de preparar o plano de luta se reúne com o FMI.

O triunvirato da CGT realizou uma teleconferência com os diretores do FMI. Essa reunião virtual não é  uma traição ao conjunto dos trabalhadores, que se organizaram em todo país e se mobilizaram com uma consigna clara: Não ao FMI.

Enquanto debatem quem dirige a CGT em agosto, as CTAs estão em uma luta interna por como se organizam para as eleições de 2019. Tudo pelas costas dos trabalhadores que precisam construir um plano de luta, com assembleias nos locais de trabalho, para conseguir impor uma melhora nos salários e aposentadorias, para lutar contra a fome que açoita a família operaria,  para romper com os acordos de 15%. Conseguir um aumento que considere a desvalorização deveria ser um dos centros das direções sindicais.

Devemos juntar todas as reinvindicações em uma só pauta, para conseguir o aborto seguro e legal, para que tenhamos um orçamento nacional para o trabalho, saúde e educação e não pagar a dívida externa.

Temos que derrubar a reforma da previdência e o pacto fiscal.

A luta de Chubut, que conseguiu ser conhecida a nível nacional depois de uma brutal repressão aos professores que estavam a mais de 100 dias em luta, nos mostra o nocivo que é para os trabalhadores o Pacto Fiscal, votado pelo congresso junto com a reforma da previdência para poder pagar a dívida externa e também a necessidade de lutar pela revogação dessas leis, que depois seis meses da aprovação estamos sofrendo as consequências.

A agenda do G20 para continuar com a entrega

No final de novembro se realizou a cúpula dos presidentes do G-20 na qual finalizarão com as sessões que está sendo realizadas em diferentes cidades e com uma agenda na qual não só perderemos a soberania mais também vão afetar as conquistas dos trabalhadores.

O governo Nacional continua governando em benefício das multinacionais, é por isso que quer demonstrar que é um dos melhores alunos quando nos visitem Trump e Merkel. Para recebê-los se preparou um dos maiores eventos internacionais que já se realizou no país, no qual se prevê o gasto de milhões. Paro isso tem dinheiro!

Como contrapartida disso começa a se organizar o repudio a esse evento no qual os trabalhadores têm que tomar a frente, porque somos os primeiros a sofrer a dependência do imperialismo.

Não vai mudar seu plano econômico, por isso Macri tem que sair

Estamos vivendo uma crise política na equipe do Cambiemos, mas a crise social e econômica quem está sofrendo são os trabalhadores. Caiu a imagem do governo e é porque sabemos que não vai mudar, porque vai continuar beneficiando uns poucos. Por isso devemos colocar em todas as reinvindicações o “Fora Macri”

Somente assim podemos unir a classe operária com uma perspectiva de uma mudança profunda, com um programa alternativo e um governo dos trabalhadores, porque a oposição peronista e o Kirchnerismo nos pedem para continuar suportando os ajustes e a fome nas nossas mesas até outubro de 2019. Os trabalhadores não podem esperar todo esse tempo, devemos prosseguir com a ação direta, como em Chubut que ocuparam edifícios governamentais. Esse é o caminho para tomar em nossas mãos a luta e a organização

Ainda que o dirigente ferroviário Rubén Sobrero tenha recuado, o caminho é lutar até que este governo caia. Se aproxima o 9 de julho, aniversário da Primeira Independência, para conseguir uma segunda independência que seja econômica e política, devemos ser rápidos para tirar de cima o lacaio lambe botas dos ianques, que se chama Mauricio Macri.

Tradução: Túlio Rocha

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