qui abr 25, 2024
quinta-feira, abril 25, 2024

Começa o Encontro Internacional Sindical: Muitas línguas, uma luta!


O Encontro Internacional Sindical, que tem entre os organizadores a CSP-Conlutas do Brasil e a Central Solidaires da França, teve início com uma alegre confraternização nesta sexta-feira, 22/03, em Saint-Denis, Paris.

 

Cerca de 200 delegados provenientes de 40 países lotaram o salão do sindicato Solidaires, na Boulevard de la Liberatión, ao lado de um dos braços do Rio Sena, confirmando já no seu início o sucesso deste encontro do sindicalismo alternativo que buscará, nos próximos dois dias, buscar formas de ações em comum, com manifestos, campanhas e ações de solidariedade para enfrentar a crise econômica e a guerra social que os governos e patrões querem impor aos trabalhadores.



A programação da abertura do encontro teve como centro um jantar de confraternização, onde os delegados provenientes dos mais diversos países puderam se conhecer e se comunicar da forma que encontravam para vencer a barreira da língua. Improvisavam-se sinais, pedia-se apoio de um intérprete ou apenas apertos de mãos para aproximar trabalhadores de tantas línguas diferentes, mas movidos pelo desejo de transformar a realidade na qual cada um vive.



Durante o próprio jantar, o representante do sindicato anfitrião – o Solidaires – deu as boas vindas a todos e as primeiras orientações para as delegações em relação a horários e locais de reuniões para os próximos dias. Estas orientações foram traduzidas para o espanhol, inglês, português e alemão, mas o representante do Solidaires ressalvou que a saborosa comida oferecida não precisava de tradução para ser “entendida”.



Entre os participantes, a expectativa é a mesma, a de que seja construída uma coordenação entre as diferentes tendências e correntes sindicais ali reunidas para impulsionar a luta a nível mundial.



Nara, membro do Solidaires e ativista do sindicato da Educação, espera a “criação de uma força internacional contra esse capitalismo louco e selvagem, uma força internacional de luta”.



Um delegado do sindicato regional SPR, da Indonésia, expressou-se no mesmo sentido: “mais força entre as organizações dos trabalhadores, dos camponeses e do movimento social”.



Já Ailson, diretor do sindicato da construção civil de Belém (Brasil) e membro da CSP-Conlutas, afirmou que “para nós é uma experiência muito grande estar aqui, quero levá-la aos meus companheiros e mostrar que é possível uma sociedade justa e igualitária da classe trabalhadora”.



Arturo, trabalhador que luta contra os EREs na UPS-Vallecas e membro do sindicato Co.Bas (Espanha), espera que “saia uma ideia clara do que os sindicatos alternativos devem fazer a nível mundial, para cortar pela raiz o que os trabalhadores estão passando”.



Os companheiros do Peru, que vieram com 3 delegados, estavam animados com o convite feito pela CSP-Conlutas. Tania, trabalhadora de banco Ripley, demitida por impulsar a formação de um sindicato independente, afirmou que “queremos aprender mais dos companheiros, para liderar em nosso país a luta contra a corrupção e a burocracia que existe em nossos sindicatos e desenvolver a solidariedade internacional”.  



Nico, da Rede 28 de Abril e do Comitê Não à Dívida, da Itália, afirmou que espera “uma boa síntese com dois ou três objetivos comuns, começando por uma luta europeia contra a austeridade, imposta pela troika”.



Assim, com muitas línguas, muitas vozes e uma só luta teve início o Encontro Internacional Sindical. Se depender da vontade dos delegados presentes e de seu espírito de luta podemos esperar, desde já, por um encontro vitorioso.

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