seg abr 15, 2024
segunda-feira, abril 15, 2024

Chile: Construir um partido das e dos trabalhadores sem empresários, banqueiros e sem patrões

Entram presidentes, saem presidentes. Mudam-se os parlamentares. Todos prometem mudanças no período eleitoral. Depois das eleições, a vida segue. Tudo igual, ou pior. Para a maioria de nós, trabalhadores, os salários não duram até o fim do mês. No artigo anterior já falamos sobre a situação da maior parte da classe trabalhadora e porquê isso é assim.

Por: David Espinosa

Nesse artigo, faremos outras perguntas: é possível mudar o sistema em que vivemos? É possível que a maior parte das pessoas vivam com dignidade e que tudo o que produzimos seja utilizado para satisfazer as necessidades da maioria e não somente dos luxos de uma pequena minoria?

Somos trabalhadoras e trabalhadores

Qualquer trabalhador ou trabalhadora sabe que se não nos movimentamos, ninguém vai nos ajudar. Para um filho de burguês, a vida é fácil, pois tudo é presenteado. Para a classe trabalhadora não. Sempre corremos o risco de perder o trabalho, de ter uma doença e não ter dinheiro para pagar o tratamento etc. Nossa vida se mantém por um fio.

Assim como na nossa vida pessoal, se não nos movimentamos como classe trabalhadora, coletivamente, não poderemos mudar a atual situação do nosso país e do mundo. Às vezes alguns de nós conseguem, depois de muito esforço ou sorte, mudar a situação pessoal ou a dos seus filhos. Entretanto, ainda que alguns poucos de nós consegue “subir na vida” a maioria continua em baixo. E sempre corremos o risco de perder o que conquistamos. O primeiro passo para mudar nossas condições de vida, por tanto, é que nos reconheçamos como trabalhadores e trabalhadoras, como uma classe.

Os empresários e banqueiros se reconhecem como uma classe. Se organizam, possuem associações, meios de comunicação, partidos políticos. Se organizam para continuar governando e roubando a riqueza que nós produzimos.

Mas nós, os trabalhadores, estamos divididos. Eles nos dividem todo o tempo para que não nos reconheçamos como uma classe. Para eles é muito bom que os chilenos acreditem ser melhores que os imigrantes.   Que os homens acreditem ser melhores que as mulheres, que os trabalhadores diretos considerem-se melhores que os terceirizados, etc., etc.,

Enquanto eles se organizam cada dia mais coletivamente, nos dizem que temos que nos esforçar individualmente para conseguir algo na vida. Que não nos envolvamos com a política, que não entremos em sindicatos, que trabalhemos, trabalhemos, e trabalhemos. Tudo isso para que continuem nos saqueando.

A classe trabalhadora tem que construir seu partido para mudar o sistema.

Nós trabalhadores, temos que nos organizar para lutar pelos nossos direitos. Temos que nos organizar em sindicatos, associações de moradores, coletivos de mulheres, centros acadêmicos, etc. Mas principalmente, temos que nos organizar como classe, em um partido político que defenda os nossos interesses e não os interesses dos ricos e poderosos. Um partido que organize a classe trabalhadora para botar abaixo o sistema capitalista no Chile e em nível internacional. Para retomar as riquezas que nos roubaram, para retomar nossas aposentadorias, nossos recursos naturais. Não um partido para ganhar as eleições e manter-se no poder governando para os poderosos.

Hoje no Chile, nenhum partido representa os interesses dos trabalhadores e da maioria do povo. O Partido Comunista e o Partido Socialista, algum dia, representaram a um setor importante dos trabalhadores, mas hoje, já não têm nada a ver com isso. Faz muito tempo que passaram para o lado dos empresários, dos corruptos, dos que ganham com esse sistema de exploração. A Frente Ampla, que aparece como algo novo, não é. Reproduzem o discurso e a prática da velha Concertação e não é um partido composto em sua maioria por trabalhadores e trabalhadoras, e sim por profissionais liberais e jovens de classe média. Estão longe do que a classe trabalhadora mais explorada vive.

Nós do Movimento Internacional dos Trabalhadores e da Liga Internacional dos Trabalhadores, fazemos um convite às trabalhadoras e aos trabalhadores que se incorporem na construção desse projeto, ao projeto de construir um forte partido da classe trabalhadora, operária e popular, onde os patrões, banqueiros e grandes empresários não sejam bem vindos, um partido que se proponha a organizar uma revolução e levar os trabalhadores ao poder.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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