Reproduzimos o Chamamento aos povos da África e Europa lançado em 24 de setembro passado por várias organizações de imigrantes do Velho Continente. A LIT-CI adere às reivindicações colocadas neste documento.
Reunidos em conferência internacional no domingo 24 de setembro em Bruxelas, a Coordenação Nacional das Pessoas sem documentos CNSP França), a Associaçaõ de Trabalhadores Imigrantes na Espanha (ATRAIE Espanha) e a União para a Defesa das Pessoas sem documentos (UDEP Bélgica), anfitriã da conferência, na presença das organizações de apoio do movimento demo
Considerando, os assassinatos perpetrados pelos Estados espanhol e marroquino em Ceuta e Melilla, onde 15 candidatos à emigração, da África sub-sahariana, acharam a morte pelas balas disparadas pelas forças de repressão.
Considerando , as deportações de várias dezenas, ou inclusive centenas de candidatos sub-saharianos à emigração, no deserto onde vários encontraram a morte, alguns por sede.
Considerando , a in
Considerando, que esta desesperação encontra sua fonte no total fracasso, ainda que não confessado, das supostas políticas de desenvolvimento nacional dos Estados africanos e das supostas cooperações Norte-sul entre os países de imigração da União Européia e de emigração da África.
Considerando, que estas relações Norte-sul revelam sua verdadeira natureza de dominação, explorção e saque da África, pelas potências européias, em particular, as “ex coloniais”.
Considerando , que desde os anos 80, estes depredadores que são as Multinacionais, os Bancos, os grandes patrões europeus, acentuaram e pioraram a expoliação da África e do povo africano, com a cumplicidade de seus vasalos africanos, graças ao ditado do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (BM) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). A África se converteu em um depósito de lixo para os resíduos tóxicos das multinacionais, é o caso da Costa do Marfim.
Considerando, que através destas “canoas da morte” e a esperança de encontrar um emprego na Europa, estes 25.000 jovens africanos, dos quais cerca de 1.000 se afogaram e encerraram assim sua vida no Oceano Atlântico, expressam objetivamente através desta tragédia africana a necessidade de uma vida honesta pelo trabalho e a dignidade;
Considerando, que os Governos europeus instrumentalizam mediaticamente os coiotes do novo “boat people” para mentir e atemorizar a opinião pública, levando-a a a
Considerando, que são estes Estados europeus quem ridicularizam todos os convênios internacionais que eles mesmos assinaram e ratificaram. Considerando , que os Governos africanos, tal como ocorre com Governo senegalês, utilizam esta situação para tirar partido das expulsões das pessoas sem documentação.
Considerando, que os Estados europeus, como ocorre com Espanha, Portugal, França e Itália, aproveitam para organizar no Senegal, Mauritânia e Cabo Verde, a ocupação militar naval das águas territoriais destos países africanos chamados independentes.
Considerando, que os mesmos Estados europeus transformam os países africanos em extensos campos de refugiados a céu aberto, em glacis para conter aos milhares de africanos que pretendem vir a Europa viver do seu trabalho, por falta de poder encontrar um emprego decente nos países da África.
Considerando, que o trabalho clandestino na Europa é um deslocamento de fato, explorado pelos donos europeus, negreiros da economia sumersa, em setores de atividades como a construção, a agricultura, a restauração, a vigilância, o turismo, o têxtil, ou inclusive pelos exércitos dos Estados alistando-os, como o soldado espanhol de origem equatoriana morto recentemente no Afeganistão.
Considerando, que este trabalho clandestino não declarado pelos empresários europeus constitui de
Assinam Coordenação Nacional dos Sem Papéis (CNSP/França) – Associação de Trabalhadores Imigrantes na Espanha (ATRAIE/ Espanha) – União pela Defesa dos Sem Papéis (UDEP/Bélgica)