qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Cinco anos depois, o plano de Bush e derrotado

No dia 19 de marco, completaram-se cinco anos da guerra no Iraque. Quando iniciou a guerra, o governo norte-americano de George W. Bush planejava invadir rapidamente o pais, depondo a ditadura de Saddam para impor um novo governo fantoche a fim de “estabilizar” o Iraque. Desejava, assim, promover uma imensa rapina ao petroleo da segunda maior reserva do mundo. Cinco anos depois, pode-se dizer com toda a seguranca que os planos imperialistas fracassaram de forma retumbante.

No Iraque, a guerra so trouxe mortes e destruicao. Segundo a Cruz Vermelha, a situacao humanitaria no pais e classificada como “uma das mais criticas do mundo”. Milhoes de iraquianos vivem sem acesso a agua tratada, saneamento basico ou atendimento a saude. Segundo organizacoes internacionais de defesa dos direitos humanos, estima-se que entre 400 mil a 1 milhao de civis iraquianos foram mortos ate agora. Cerca de 4 milhoes de iraquianos sao refugiados. Algo que representa 16% da populacao do pais. Os dados publicados ate agora sao uma pequena demonstracao dessa cruel realidade.

Por outro lado, no plano da politica norte-americana a guerra causou uma profunda crise do imperialismo. Nem mesmo todo o dinheiro despejado no conflito e os milhares de soldados enviados ao pais (ate agora passaram pelo Iraque 1,6 milhao de militares) fez com que os planos do imperialismo lograssem algum sucesso.

Em cinco anos, 3.983 soldados dos EUA foram mortos em acoes da resistencia iraquiana. A guerra ja custou cerca de 3 trilhoes de dolares, segundo um levantamento de Joseph E Stiglitz, professor da universidade Columbia. Muito mais dos que os U$ 60 bilhoes estimados inicialmente pelo governo Bush.

Como se nao bastasse os EUA contam com uma tropa regular de 157 mil soldados no pais. Alem disso, estima-se que entre 100 mil e 130 mil mercenarios sao empregados em acao na ocupacao do Iraque. Mas nada disso foi suficiente para “estabilizar” o pais. Nem mesmo a Zona Verde, onde estao os edificios do governo iraquiano e embaixada dos EUA. No ultimo dia 17, foguetes Katyusha fora lancados contra a regiao pela resistencia.

Os mercenarios sao importantes nao somente para assegurar os “negocios” de empresarios dos EUA na regiao, como e essencial para manter a ocupacao norte-americana. Seu crescimento deve-se, sobretudo, a impossibilidades do governo Bush recrutar soldados para atuar na carnificina. Mesmo assim, a guerra de Bush continua afundando cada vez mais.

Baixas internas

Durante estes cinco anos, a equipe titular de falcoes da Casa Branca tambem sofreu duras baixas. Muitos ja cairam em funcao do enfraquecimento da atual administracao, como o ex-secretario da Defesa Donald Rumsfeld, o ex-secretario de Estado Colin Powell, e o ex-secretario-assistente da Defesa Paul Wolfowitz.

Outros estao envolvidos ate o pescoco em escandalosos casos de corrupcao. E o caso do vice-presidente Dick Cheney. Como se nao bastasse, o Partido Republicano de Bush perdeu sua maioria no Congresso. Desde entao, Bush governa sob a complacencia dos democratas.

No plano externo, a situacao nao foi diferente. Nestes cinco anos nenhum dos chefes de governos que apoiaram a guerra de Bush conseguiram se manter no poder. Da Espanha, passando pela Gra-Bretanha ate a Australia, um a um os aliados de Washington amargaram profundas derrotas eleitorais. Para Bush, sobrou apenas o “significante” apoio do governo da Albania…

Sem rumo

Mesmo antes de completar cinco anos estava claro o destino da guerra: a ocupacao se transformou num pantano que encurralou as tropas invasoras. A situacao e critica para o imperialismo – por um lado, nao pode retirar as tropas, exceto se admitir a derrota; por outro, nao sabe como mante-las.

Por isso, um dos grandes temas nestas eleicoes presidenciais e sobre o que fazer com a ocupacao do Iraque. De um lado, o candidato republicano, John McCain defende a ocupacao por mais 100 anos. Para concretizar seu apoio, McCain visitou o Iraque no ultimo dia 17, as vesperas do aniversario da ocupacao.

De outro lado, surgem os candidatos democratas, Hillary Clinton e Barak Obama. Ambos servem a necessidade do imperialismo “reciclar” sua imagem. Com uma nova cara (de uma mulher ou de um negro na Casa Branca), mas com mesma velha politica de dominacao. Dessa forma e possivel que o imperialismo norte-americano tenha um presidente com apoio popular. Visto, inclusive, com mais simpatia pelo mundo, diferente do odio generalizado que existe contra Bush .

Clinton diz que se opoe a ocupacao, mas a candidata votou a favor dos planos de Bush ha cinco anos atras. Obama, por sua vez, fala que vai retirar as tropas dos EUA do Iraque, mas so depois de “vencer a guerra”.

Cinco depois o imperialismo procura uma saida viavel, diante da crise economica e do pantano iraquiano. Qual sera o futuro do Iraque nos proximos cinco anos? Seja quem for que ocupe a Casa Branca a situacao do povo iraquiano nao vai melhorar. Alem disso, o proximo presidente dos EUA, seja quem for, vai querer cobrar a conta pela crise dos povos oprimidos do mundo.

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