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sexta-feira, abril 19, 2024

Novidades do movimento sindical

1) Petroleiros do Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá se desfiliam da FUP

Durante cerca de oito meses os trabalhadores do Sindipetro da região Norte, excluindo-se Manaus, discutiram se continuariam ou não filiados à FUP (Federação Única dos Petroleiros).

Por todas as mazelas que a FUP “vem cometendo com a classe trabalhadora, alinhando-se à política do governo e da Petrobras, sempre em defesa de alguns cargos para seus dirigentes e dirigentes de alguns sindicatos que o apóiam – esqueceram completamente qual a função pela qual foi criada” (Declaração da diretoria do Sindipetro), a maioria dos trabalhadores decidiu por deixar a FUP em uma seqüência de assembléias.

O ataque ao plano de saúde e Previdência PETROS BD, realizado pela direção da empresa e pela direção da FUP, foi a “gota d`água”.

A discussão foi concluída no dia 1º de novembro, com a assembléia dos aposentados. Todo esse processo passou por discussões em reuniões setoriais e foi concluído nas assembléias de base, que são o fórum maior deste sindicato. As assembléias tiveram 86% de votos pela desfiliação, sendo 76% na ativa e 100% nos aposentados.

Os próximos passos são organizar a Campanha Salarial Reivindicatória e construir uma alternativa de direção. De acordo com o diretor do sindicato Agnelson, “precisamos de uma nova alternativa para o movimento petroleiro, que não esquecem de nossas funções, que é de defender a luta da classe, e esta ferramenta já é uma realidade que é a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) que já começa a fazer parte de mais uma etapa de nossa história de lutas”.

Este sindicato também já está desfiliado da CUT e agora irá debater a filiação à Conlutas.

2) Sinasefe filia-se à Conlutas no seu 20º Congresso

 

Nos dias 2 a 5 de novembro, em Barbacena-MG, os trabalhadores do ensino tecnológico federal realizaram o 20º Consinasefe. Foi o primeiro congresso de trabalhadores após as eleições e nele estavam em pauta temas como conjuntura nacional e internacional, plano de carreira, fortalecimento da CNESF (coordenação que reúne as principais entidades do serviço público federal) e política educacional, entre outros. Algumas destas mesas contaram com a participação de Valério Arcary (PSTU), Paulo Barela (ASSIBGE), Zé Maria, (Conlutas) e Lujan (Intersindical). Roberto Robaina (PSOL) não pôde comparecer devido aos atrasos dos vôos deste fim de semana.

 

No entanto, o que polarizou o congresso foi a discussão de filiação à Conlutas. Havia duas propostas em debate. A tese apresentada pelo coletivo “Sinasefe é para Lutar”, composta por militantes do PSTU, PSOL e independentes, que representa a maioria da direção da entidade desde 2005, defendia a filiação imediata à Conlutas. Do outro lado construiu-se uma frente contra a filiação que envolveu desde as forças que seguem defendendo a CUT na categoria até à Intersindical (representada no congresso pela APS). Uniram-se todos em torno da proposta de não filiação, com base em argumentos de que era preciso “mais tempo para discutir”, “que a Conlutas ainda é muito pequena”, etc. Lamentável nisso é a constatação de que a Intesindical, na medida em que vai ficando impossível continuar defendendo a permanência na CUT, vai se dispondo a cumprir este papel, de barreira de à construção da Conlutas.

 

Segundo William Carvalho, coordenador geral do sindicato e militante do PSTU, “a discussão está sendo feita na base desde 2003 e se aprofundou nos últimos anos quando o sindicato se desfiliou da CUT no congresso de 2004 com 75% dos votos e quando a chapa ‘Sinasefe é para Lutar’, que defendia a filiação à Conlutas, saiu majoritária no congresso do ano seguinte. Além disso, nos encontros regionais da entidade, a Conlutas sempre esteve pautada”.

 

O Sinasefe é um dos primeiros sindicatos que integrou a Coordenação Nacional de Lutas criada no encontro de Luziânia (GO), além de ter participado das manifestações organizadas pela entidade e de ter enviado mais de 70 ativistas ao CONAT. “Se alguns dirigentes – conclui William – não fizeram este debate nas suas bases é porque não respeitaram as deliberações dos congressos anteriores. Mas agora não existe mais desculpa: se eles não fizeram, faremos nós”.

 

Durante o debate, os defensores da filiação à Conlutas ressaltaram que o início de 2007 será palco de inúmeros combates em função do pacote de contra-reformas que será encaminhado pelo governo Lula. A unidade dos servidores federais e do conjunto da classe trabalhadora será a única maneira de barrar tais ataques e, para isso, é preciso um instrumento de luta pautado pelo classismo e independência frente ao Estado e hoje a Conlutas se constitui como esta alternativa.

 

Na primeira hora da madrugada de sábado, após mais de cinco horas de debates, 100 delegados decidiram pela filiação e 76 votaram contra, com cinco abstenções. Com esta votação, o Sinasefe é o primeiro sindicato nacional a se filiar à Conlutas.

 

Segundo Reinaldo Martins, membro da Direção Nacional do Sinasefe e militante do PSOL (Movimento de Esquerda Socialista), tal decisão consagra um processo de mudança no sindicato que vem ocorrendo nos últimos anos: “a categoria está indignada com as traições da CUT e tem compreendido a necessidade de enterrar essa pelegada e retomar um sindicalismo combativo, tanto na categoria quanto no país, e é com a Conlutas que vamos construir isto”.

 

O Congresso se encerrou construindo uma Plataforma de Lutas articulada com as campanhas que a Conlutas já promove e com as que está preparando para o início do ano que vem.

 

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