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quinta-feira, abril 18, 2024

Venezuela | Trabalhadores da Sidor se mobilizam por salários e reivindicações trabalhistas

Nesta segunda-feira, 9 de janeiro de 2023, simultaneamente às grandes mobilizações dos trabalhadores da educação e de outros sindicatos do setor público em todo o país, os trabalhadores da Sidor realizaram uma série de protestos. Exigem salários decentes, o fim das violações de seus direitos estabelecidos no acordo coletivo, bem como a recuperação das conquistas trabalhistas retiradas pelo governo de Nicolás Maduro.

Por: UST-Venezuela

O protesto que começou com uma grande assembleia, na madrugada do dia 09/01/2023, evoluiu com a paralisação das atividades em diversas áreas da empresa, o bloqueio dos portões 1, 4 e 6, bloqueios de ruas, caminhada até a rodovia Simón Rodovia Bolívar, que liga a cidade de Puerto Ordaz com Ciudad Bolívar. E estendeu-se até tarde da noite, quando os trabalhadores decidiram fazer uma vigília perto do portão 4 da siderúrgica.

A referida vigília na altura do portão 4 da siderúrgica, foi, durante horas da noite, assediada por integrantes da repressiva Guarda Nacional Bolivariana (GNB), que por mais de duas horas fecharam os acessos às ruas do entorno do portão 4, impedindo que familiares e amigos levassem água, comida ou qualquer tipo de ajuda solidária aos trabalhadores manifestantes.

No entanto, isso não conseguiu quebrar a resistência dos metalúrgicos que, até o meio-dia de terça-feira, 10 de janeiro, ainda se manifestavam no portão 4 da empresa, expressando que não deveriam se retirar até receberem uma resposta satisfatória às suas reivindicações.

Dois aspectos precisam ser destacados em relação a este protesto, um é a considerável massividade e resistência dos trabalhadores e o outro é o fato de que as ações de protesto foram decididas por fora do controle das direções burocráticas que se dizem a “representação” dos trabalhadores da Sidor e até mesmo contra eles, através da realização de assembleias de base.

A Unidade dos Trabalhadores Socialistas (UST), apoia a luta dos trabalhadores da Sidor, bem como suas reivindicações por salários iguais à cesta básica, a defesa do contrato coletivo, o pagamento do abono de férias e dos benefícios suspensos desde meados de do ano passado. Assim como também nos solidarizamos com as denúncias feitas por eles sobre abusos patronais, retirada de conquistas trabalhistas, demissões indiretas sob a figura de não requeridos, contra as aposentadorias forçadas implementadas pelos diretores da empresa e da Corporação Venezuelana de Guayana (CVG), a repressão contra os trabalhadores que reivindicam seus direitos e um longo etc. Exigimos que todas essas reivindicações sejam atendidas.

Conclamamos aos trabalhadores e organizações sindicais, político-sindicais das empresas de base e demais indústrias da região, bem como as organizações populares e outras a cercar com solidariedade a luta dos trabalhadores sidoristas.

Ressaltamos que é pertinente promover a união com outros sindicatos de trabalhadores em luta como os que ontem, 09/01/2023, se mobilizaram na manifestação de trabalhadores da educação, setor da saúde, universitários, entre outros.

Por fim, acreditamos que esta luta dos trabalhadores da Sidor, além de que deve ser um exemplo para os demais trabalhadores do país, é parte integrante do processo de retomada das lutas dos trabalhadores contra a destruição dos salários e a retirada de nossas conquistas e direitos trabalhistas, contra a inflação e a desvalorização promovida pelo governo burguês de Nicolás Maduro, contra a aplicação do pacote de ajuste antioperário e antipopular pacote que este governo descarrega contra os trabalhadores e os humildes do país. Portanto, é de vital importância cercá-la com o mais irrestrito apoio e solidariedade, ampliá-la e unificá-la com outras lutas em curso até que o governo Maduro e sua política de ajuste, de fome e repressiva sejam derrotados.

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