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sexta-feira, março 29, 2024

Chile| O governo e os grandes empresários são responsáveis ​​pelas milhares de mortes

Desde que o primeiro caso de Covid-19 foi relatado na cidade de Wuhan, China, o vírus se espalhou rapidamente por toda a Terra, ultrapassando, em 9 de junho de 2021, os 174.929.000 casos e mais de 3.770.000 mortes.

Por: MIT-Chile

No Chile já ultrapassamos a barreira de 8.000 casos diários, mais de 30.100 mortes e a ocupação de mais de 97% dos leitos de emergência por culpa da gestão que o governo tem tido sobre a pandemia (na verdade o número de leitos já é 4 vezes maior do que no início da pandemia). Neste ano de 2021, enquanto se anunciou uma das maiores vacinações da América Latina em proporção aos habitantes, vemos como o país desmorona diante da COVID-19 devido a uma gestão que busca apenas manter aos trabalhadores gerando riquezas para os grandes empresários deste país. E isso não é exagero, em 2020 a riqueza dos bilionários nacionais atingiu 40,3 bilhões de dólares, o que representa um aumento de 73% em relação ao ranking anterior!

O pior de tudo é que o governo aparece em cadeias nacionais anunciando as mortes e o aumento do contágio como se fossem algo inevitável e natural que acontecesse, sendo “normal” que após um ano de pandemia morressem mais de 50, 70, 100 e até 200 pessoas por dia por um sistema de saúde que foi desmantelado por empresários e governos de turno.

Um ano após a pandemia, o que o governo Piñera fez é criminoso, as quarentenas são apenas discurso quando vemos o transporte público cheio de manhã e à tarde.  Milhões de trabalhadores continuam a se expor e a correr riscos diante do vírus devido a que não se faz quarentenas eficazes para proteger toda a população, por um curto período de tempo, mas se aplicam quarentenas que permitem aos trabalhadores do país continuar produzindo para as 10 poderosas famílias do Chile e as diferentes empresas transnacionais. A morte de milhares de trabalhadores pela Covid-19 é responsabilidade do governo Piñera e dos donos deste país!

Nesse cenário, a enorme campanha de vacinação que o governo acompanhou com um gigantesco investimento em comunicação não surtirá efeito se os espaços físicos não forem protegidos, razão pela qual agora estamos diante de uma terceira onda que tem sido uma das piores desde o início da pandemia.

Por outro lado, também há dúvidas sobre quais foram as condições que a China e os Estados Unidos impuseram para conduzir a campanha de vacinação no país.

A situação dos profissionais de saúde é avassaladora. Exaustos, sem poder descansar, sob enorme pressão e precariedade laboral, com baixa remuneração e sem qualquer reconhecimento do governo. Por isso, há algumas semanas, os trabalhadores da clínica Alejandro del Río, em Puente Alto, entraram em greve para exigir a contratação de mais funcionários. É por isso que os trabalhadores do Hospital Barros Luco, em Santiago, também lutam hoje.

Neste quadro, a situação atual exige que os esforços dos trabalhadores do país e toda a riqueza do território sejam colocados ao serviço da saúde da população e não para salvar os negócios dos grandes empresários. No Chile, existe uma das maiores brechas entre a riqueza em o nível de pobreza do país, o país onde os dirigentes das grandes empresas transnacionais distribuem suculentos lucros à custa do sacrifício e da demissão da população.

É neste cenário cruel e insuportável que apelamos a todos os constituintes, dirigentes sindicais e sociais, organizações políticas e sociais e todo o povo do Chile a lutar por um plano de emergência que garanta a segurança e a saúde da população, que seja discutido em todos os espaços democráticos e que possamos organizar uma grande mobilização exigindo:

  1. Uma renda mínima universal de 600 mil pesos para todos os desempregados e pessoas que ganham menos do que essa quantia.
  2. A desapropriação sem indenização de todas as clínicas e laboratórios privados; e que estes são controlados por seus trabalhadores.
  3. Apelamos urgentemente para a duplicação do investimento em saúde pública através do confisco dos lucros das grandes mineradoras, bancos, AFPs e um imposto de 50% sobre as grandes fortunas do país (apenas com metade das maiores fortunas, o orçamento para a saúde pública poderia ser duplicada).
  4. Devemos reorientar a produção da indústria nacional para o combate à pandemia. Isso significa produzir tudo o que for necessário para construir novos hospitais, produzir equipamentos médicos, ventiladores mecânicos, investir em laboratórios públicos para desenvolver vacinas nacionais etc;
  5. Além da desapropriação de laboratórios privados, exigimos que sejam feitos investimentos no desenvolvimento de vacinas nacionais (das quais o Chile deixou de produzir em 2005) para controlar esta e as próximas pandemias
  6. Exigimos o fim do toque de recolher e do estado de emergência, por uma política de quarentena verdadeiramente eficaz e com garantia de alimentação e saúde.
  7. Para atender a essas demandas propomos lutar pela expropriação das empresas das 10 famílias mais poderosas do país, juntamente com a expropriação das principais fábricas, laboratórios e minas, onde sejam os trabalhadores são que administrem toda a produção e riqueza.

Não temos expectativa de que o criminoso governo Piñera/Paris tome qualquer uma dessas medidas. Por isso, continuamos a exigir mais forte do que nunca o Fora Piñera e todo o seu governo! Exigimos que a Assembleia Constituinte, que se instalará dentro de um mês, se declare soberana para tomar essas medidas e aprove a destituição de Piñera e de todo o seu governo!

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