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sexta-feira, abril 19, 2024

10.000 protestam em Wiesbaden/Frankfurt contra o anti-islamismo

19 de Janeiro de 2015 :10.000 protestam em Wiesbaden/Frankfurt na Manifestação contra os Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente (PEGIDA). 

De início, esperava-se a participação de 5.000 manifestantes. Mas, no momento decisivo da noite de 19 de janeiro, 10.000 pessoas e inúmeros agrupamentos políticos marcharam nas ruas de Wiesbaden/Frankfurt, capital do Estado Federal de Hessen, na Alemanha, contra o movimento de extrema-direita PEGIDA.

Abaixo, segue a declaração de nosso grupo simpatizante “Democracia dos Trabalhadores” (ARBEITERDEMOKRATIE) na manifestação Anti-PEGIDA:

 
DEMOCRACIA DOS TRABALHADORES
  
“Em 2011, desde a Europa, fizeram chegar até nós o sentimento de que teríamos um direito à dignidade e à justiça. Porém, quando chegamos aqui, nada me faz lembrar dessas promessas”.

É assim que o ativista sírio Fayez Ramadan recorda de sua fuga que o trouxe à Alemanha, em 2014. Ele tinha uma escolha: ou fugir ou ser decapitado, pois o Estado Islâmico havia já ocupado sua cidade natal, Menbej, em 2012. Lamentavelmente, o exemplo de Fayez é apenas um entre milhares.

O incêndio orquestrado pelos neonazistas em três alojamentos de refugiadios, ainda não habitados, no distrito Nürnberger Land, na Baviera, pouco tempo faz, em 11.12.2014, e o ascenso repentino da plataforma xenófoba e antimigratória que cresceu de cerca 350, em 20.10.2014, continuamente, para mais de 25.000 manifestantes, em 20.01.2015, bem como o novo regulamento da Agência Européia de Gestão de Fronteiras FRONTEX, segundo o qual refugiados de embarcações devem apenas ser resgatados, no centro do mediterrâneo, se atingirem a zona de 30 milhas, são fatos que confirmam o sentimento de Fayez.

O racismo de que se fala aqui encontra sua expressão em um duplo nível: por um lado, em nível político-institucional da política européia de migração e asilo, dirigida pela Alemanha enquanto principal poder econômico e, por outro, em nível social que se apresenta em movimentos como PEGIDA.

Cabe esclarecer, desde logo, que, no sistema capitalista, a migração é exclusivamente concebida e contemplada do ponto de vista econômico. Por ocasião da Conferência da Social-Democracia de 9 de janeiro, o chefe da fração parlamentar social-democrata Thomas Opperman, expressou-se claramente, dizendo: “Trata-se de um fundamento, para recrutar, em escala mundial, imigrantes qualificados. Nisso, é importante determinar quantos deles são necessários.”

É o cúmulo do cinismo. No sistema capitalista, o ser humano enquanto ser vivente não está colocado em primeiro plano, senão o ser humano enquanto força de trabalho e, assim, enquanto fonte de rendimentos!

Desse modo, faz-se uma diferenciação sem escrúpulos entre imigrações lucrativas e imigrações “absurdas”, desde o ponto de vista capitalista. Partidos como AfD (Alternativa para a Alemanha) e CSU (União Cristão-Social) adequam a sua política tão somente a essa visão: impedidas devem ser as imigrações provocadas pela necessidade econômica!

Nesse sentido, não produz muita inquietude o fato de que o Mediterrâneo está-se transformando, cada vez mais, em um cemitério submarino (3.400 mortos apenas em 2014, 28.000 mortos, considerando-se os últimos 14 anos). Não se trata aqui, evidentemente, de “trabalhadores qualificados”.

O aguçamento da crise econômica e as guerras, provocadas por esta, estimularam evidentemente a migração global. A Alemanha é o país da UE que mais se beneficiou dessas imigrações: de acordo com uma estatística do Departamento Federal de Imigração e Refugiados, 35,2% dos trabalhadores estrangeiros, na Alemanha, percentem ao setor de salários mais baixo, isto é bem mais do que os 16,7% de  trabalhadores alemães.

Em tempos de crise econômica, ela mesma ancorada profundamente nas raízes do próprio sistema capitalista, a frustração e a insatisfação por ela produzidas repercutem sobre aqueles que são mais oprimidos política e socialmente: São os casos de Fayez Ramadan e de Khaled Idris Bahray – de 20 anos, refugiado da Eritréia, achado esfaqueado na noite de 12.01.2015, depois de uma manifestação do PEGIDA, na cidade de Dresden.

São os casos também das vítimas de Aurora Dourada, na Grécia ou, então, de Casa Pound, na Itália e também de todos aqueles que esperam encontrar no ocidente, apresentado de modo idilicamente democrático, uma vida melhor e que, então, se tornam as primeiras vítimas desse sistema capitalista truculento! A todas essas vítimas dirigimos a nossa mais profunda solidariedade!     
    

·   Direito de Residência Já e Imediatamente para Todos!
·   Derrubemos as Fronteiras da UE! Viva a Europa dos Trabalhadores e dos Povos!
·   Contra o Racismo, o Extremismo de Direita Político e Religioso! Contra Xenofobia e as Campanhas Difamatórias!
·   Contra a República Moral-Hipócrita da Liberdade de Opinão dos Governos Merkel-Hollande
·   Trabalho Digno para Alemães e Estrangeiros! Direitos Iguais para Homens e Mulheres Alemães e Estrangeiros!
·   Viva a Solidariedade Internacional dos Trabalhadores!
 
Wiesbaden / Frankfurt, 19 de Janeiro de 2014
 
Responsável pelo Direito de Imprensa: Emil Asturig von München 
 

 

 

 

 

 

 

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