A direita vence as eleições européias

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Os resultados das eleições européias expressam o momento atual da crise do capitalismo e da ofensiva da burguesia contra os trabalhadores


 


Os resultados destas eleições européias expressam, ainda que de forma destorcida, a situação do movimento de massas. Atualmente, no marco da crise do capitalismo mundial, o que predomina ainda é a ofensiva brutal da burguesia contra os trabalhadores e uma reação ainda relativamente anestesiada da maioria da classe trabalhadora, a que se juntam alguns focos de resistência importantes, mas ainda muito minoritários e dispersos. Os resultados destas eleições com a vitória eleitoral da direita transferem para as urnas essencialmente esse traço que predomina no movimento de massas: a ofensiva da burguesia e a ausência, em geral, de luta massiva e contundente da classe trabalhadora em resposta aos ataques que está sofrendo.


 


Com a crise profunda que vive o capitalismo mundial, em que a Europa é um dos pontos mais atingidos, poderia se esperar uma radicalização maior que se expressasse no voto. No entanto, a relação entre crise, por um lado, e o ascenso e a consciência do movimento de massas, por outro, não é automática. Apesar dos golpes do desemprego e dos ataques aos atuais direitos, a primeira reação das massas não é necessariamente um ascenso revolucionário. Para que a classe entre em luta, existe uma necessidade de unidade para combater o medo que causa o próprio desemprego. Para tal contam fatores subjetivos como a organização sindical da classe e a política das suas direções, fatores preexistentes à crise.


 


Mesmo que tenham começado a haver lutas importantes, estas ainda não se generalizaram nem conseguiram ultrapassar a camisa de força dos grandes aparatos burocráticos e sindicais, cuja atuação tem-se pautado pelo apoio, direto ou indireto, às políticas da burguesia para sair da crise em vez da defesa dos trabalhadores.


 


Tivemos alguns sinais muito promissores desde a eclosão da crise: as grandes mobilizações na Grécia que abalaram o regime; as duas greves gerais na França com grande unidade das centrais e sindicatos. Na Espanha, a recente greve geral do país Basco e a greve metalúrgica com enfrentamentos com a polícia em Vigo, na Galícia.  As ocupações de empresas na Irlanda e Inglaterra (Visteon) e na França com a detenção de gerentes como reféns para impor as reivindicações. Mas estas mobilizações, ainda que fortes e radicalizadas, ainda não tem um desenvolvimento independente dos aparatos e contundentemente contra o sistema, que será necessário para que não sejam os trabalhadores a pagar por esta crise.


 


Mesmo nas lutas com métodos radicais como a ocupação de empresas, a classe ainda luta essencialmente por questões pontuais. Por exemplo, as ocupações da Visteon na Irlanda e Grã-Bretanha e da Sony e Caterpillar na França foram resolvidas basicamente com o pagamento de indenizações e dos direitos trabalhistas, sem reverter o conjunto das demissões. Não houve ainda uma consciência mais geral de que não há saída sem uma luta radical e o ataque direto à propriedade privada e ao domínio do capital. As burocracias ainda conseguem fazer a classe aceitar acordos que salvam os capitalistas e fazem que a classe pague a conta da crise, como nos recentes acordos da GM ou naqueles já citados.


 


Isso se reflete na hora da opção eleitoral. Para a ampla maioria dos trabalhadores ainda parece ser possível uma solução no marcos de medidas como as que os governos imperialistas vêm tomando, sejam os conservadores, sejam os social-democratas. Por isso, na hora de votar haja respaldado a governos como Sarkozy ou Berlusconi, que, em nome de «salvar os empregos» e a «economia», injetam fortunas nos bancos e permitam que estes continuem espoliando e façam com que o conjunto dos trabalhadores pague pela crise. Na verdade, toda a política dos governos europeus se parece também em outro aspecto: o de anestesiar à classe dizendo que «o pior da crise já passou», apoiada na conjuntura atual de relativa contenção do colapso do sistema financeiro, após a política de injeção bilionária de recursos pelos governos capitalistas que estabilizou temporariamente os mercados financeiros. Assim, a população européia, inclusive a classe trabalhadora vota em políticas desse tipo, de defesa do capitalismo, acreditando que elas vão permitir superar as dificuldades e evitar que a situação da crise se aprofunde.


 


Ao mesmo tempo, os governos dos principais países imperialistas procuram sempre que possível adiar as medidas mais duras de ataque aos trabalhadores para depois dos processos eleitorais, como no caso do governo alemão que injetou grande soma de dinheiro no acordo para garantir a venda da Opel (a GM da Europa) para a Magna, sem quase nenhum fechamento de fábricas na Alemanha.  No entanto, sabe-se que a partir de Setembro (depois das eleições alemãs) a nova proprietária da GM européia vai aplicar duros cortes.


 


É importante aclarar que este voto à direita expressa uma determinada situação, uma fotografia de um processo em curso: a resistência a que nos referimos nas lutas como na Grécia ou Pontevedra mostram uma possibilidade e uma potencialidade na qual apostamos. Além disso, cada ataque como as demissões, o fechamento de fábricas ou a redução dos direitos sociais é um desmentido da campanha enganosa da burguesia e de seus governos, sobre a evolução da crise. Mas é essencial saber de onde partimos; não confundir a potencialidade com a situação real do movimento e da consciência da classe hoje.


 


A abstenção


 


Para entender o grau de abstenção destas eleições, há que levar em conta o fato que o Parlamento Europeu e a Comissão Européia são instituições que não fazem parte das preocupações cotidianas da ampla maioria da população.  Eles aparecem como algo distante e desconectado da realidade das massas. Desde a primeira eleição européia, os índices de participação eleitoral vêm caindo. Nas eleições de 1979, quando havia apenas a «Europa dos 9″ [1], o comparecimento às urnas foi de 62%; já em 2004 foi de 45,5%, ou seja, 54,5 de abstenção. Nestas últimas eleições de 7 de Junho, a abstenção voltou a bater recorde: a média européia foi de 57%, sendo que na Alemanha foi de 58% e na França chegou a 60%.


 


Nestas eleições, essa tendência se aprofundou ainda mais, refletindo o descrédito crescente da população nos organismos europeus, piorada pela sua atuação nessa crise e atravessada pela decepção com a atuação dos governos nacionais na conjuntura atual. Por isso, em geral, houve uma queda também na votação proporcional dos partidos que estiveram à frente dos respectivos governos no último período.


 


Mas não se deve confundir a abstenção com uma negação do sistema eleitoral ou da própria União Européia (UE). É uma expressão de desinteresse e apatia que é aproveitada pela direita para se fortalecer, relativamente, como aquela que apresenta «soluções possíveis» no marco das instituições vigentes, apesar do desgaste. Tampouco há um fenômeno de negação com sentido de classe. Pelos dados divulgados, a abstenção foi distribuída socialmente entre todas as classes. Tanto a classe média como a classe operária mostraram um desinteresse bem grande no processo e permitiram que mesmo num colégio eleitoral reduzido como este, não houvesse expressões de maior polarização à direita ou à esquerda.


 


Houve uma área da Europa mais periférica (Europa Oriental), em que esse fenômeno da abstenção teve expressão muito significativa, o que chama a atenção porque era a primeira vez que participavam das eleições européias. Em alguns países a abstenção chegou a beirar os 80%, como na Lituânia e Eslováquia e 73% na Polônia e Romênia. Possivelmente, isto reflita a maior gravidade da crise econômica na região e, o desencanto de que sua entrada na UE não lhes tenha dado nenhuma ajuda para escapar das consequências desta crise.


 


A direita venceu as eleições


 


No marco desta tendência geral de desinteresse refletido na abstenção e no desgaste dos governos de conjunto, há uma diferença clara entre os resultados das forças de direita e da socialdemocracia. Ainda que com perdas importantes de votos em alguns países em relação à última eleição européia (Alemanha e França), a direita tradicional saiu vencedora na maioria dos países que governa e teve resultados ainda mais importantes onde era oposição e venceu como Portugal e Espanha (sendo que o candidato do PP na Espanha era do setor mais à direita dentro do partido). Ganhou, também, na Itália de forma contundente e as forças que mais cresceram no arco da coligação no poder foram as mais à direita, como a xenófoba Liga Norte. O mesmo aconteceu na Bélgica e Holanda. Houve também lugares onde a direita era governo e perdeu como a Grécia e a Suécia, mas a tendência mais generalizada foi a da vitória da direita, em particular nos principais países imperialistas.


 


É importante destacar que essa votação, não significou um crescimento do número de votos da direita em todos os lados: a direita ganhou estas eleições, mas perdeu votos em relação às eleições de 2004. Em países chaves como a Alemanha, teve perdas importantes, apesar da sua vitória. Também vale a pena observar que, inclusive onde a direita ganhou votos, seu triunfo eleitoral não é uma vitória que gere entusiasmo e força, senão que se dá no marco desse descrédito a que nos referíamos. No entanto, o fato categórico é que a direita resiste melhor ao desgaste perante a crise do que a socialdemocracia, ganhando inclusive em muitos dos países onde é governo, ao contrário do que ocorreu, como regra geral, com os partidos socialistas/socialdemocratas. A votação que recebeu expressa, portanto, um momento de ofensiva burguesa e em que a «saída capitalista» tipo conservadora é a majoritária.


 


Nesse marco, chama a atenção o reforço de um espectro mais à direita, diretamente xenófobo e mesmo fascista sem chegar a ser um reflexo de uma polarização mais de conjunto. O crescimento de forças como o BNP [2] na Grã-Bretanha, superou os 6%, com bons resultados inclusive em cidades operárias como Barnley e o reforço deste setor na Holanda (chegando a 16%), na Áustria e Hungria mostram que o apelo xenófobo contra os imigrantes e as propostas prófascistas estimuladas por governos como Berlusconi impactam setores da classe trabalhadora, ainda que minoritários. Inclusive na Grécia, onde alcançaram 7%, apesar das grandes mobilizações nos últimos tempos. Este fenômeno para nada é um processo generalizado, mas a dimensão que tomou chama a atenção porque a burguesia, ainda que neste momento não esteja inclinada a apelar ao fascismo, de fato dá espaço e alento a essas alternativas através de sua política contra os imigrantes e anti-islâmica em geral, o que obriga o movimento operário a encarar o desafio de contrapor-se a esse tipo de política de forma clara e contundente.


 


A grande perdedora dessas eleições foi a socialdemocracia


 


O resultado que mais salta à vista nestas eleições é a derrota arrasadora da socialdemocracia: seus partidos tiveram resultados historicamente desastrosos na maior parte dos países e em países chave, como Alemanha, a França e a Inglaterra, onde tinha uma implantação histórica de enorme peso e tradição.


 


Na realidade, a socialdemocracia foi o grande instrumento político da reconstrução burguesa da Europa no pós-guerra e foi identificado com a defesa do Welfare State (Estado de Bem Estar Social) consolidando assim um eleitorado importantíssimo entre os trabalhadores europeus. Seu discurso de defender o «social»- enquanto na verdade sustenta o imperialismo e os ataques violentos contra o nível de vida das massas – lhe cobrou um alto preço em popularidade e prestígio.


 


À medida que foi abandonando até mesmo a defesa da reformas mínimas, e estando à frente do Estado burguês que ataca aqueles direitos sociais que eram associados a ela no passado recente, abriu-se uma crise forte com sua base social. Setores muito amplos da classe operária e da classe média, que se questionam porque votar na socialdemocracia se o que eles fazem é totalmente semelhante à prática dos governos de direita? Por isso, o mais provável é que um setor majoritário que se absteve, ou mudou o seu voto para outras formações, tenha vindo dos antigos votantes dos partidos socialistas ou socialdemocratas.   


 


Este processo se expressou com uma contundência impressionante na Inglaterra, onde um resultado de apenas 16% se combinou com uma profunda crise política que põe em risco a sobrevivência do governo trabalhista de GordonBrown. Também o PS francês e o SPD alemão (que se mantém no governo em coligação com a direita), partidos socialdemocratas de grande tradição, tiveram derrotas históricas nestas eleições. Na Itália, mesmo já fora do governo, o Partido Democrático de Prodi e Veltroni, por um lado, e Refundação Comunista, por outro, em nome do que resta da socialdemocracia na Itália, tiveram resultados péssimos que expressam o desencantamento com sua recente gestão no governo, que desferiu ataques profundos aos interesses dos trabalhadores.


 


Uma exceção importante a esta regra foi a vitória do PASOK (Partido Socialista Grego) que conseguiu capitalizar a oposição ao governo de direita que governou o país nestes últimos anos, utilizando forte repressão e enfrentando-se com algumas das maiores mobilizações da Europa nos últimos tempos. Acreditamos, todavia, que esta não é uma exceção que contradiga a regra geral, senão que responde a uma situação nacional particular.


 


Quem ocupa o espaço deixado pela socialdemocracia?


 


A crise da socialdemocracia abriu um espaço junto a uma importante parcela dos trabalhadores. Quem ocupou esse espaço, na maioria dos países, não foram as forças de esquerda com um discurso mais radical ou revolucionário e sim as forças que aparecem como oposição moderada à esquerda, dentro do regime (e em alguns casos mais à direita ainda).


 


Entre essas forças, o caso mais claro foi a votação de 16,28% da Europe Ecologie de Daniel Cohn Bendit  na França (apenas 0,20% abaixo do Partido Socialista Francês), que tem uma postura clara de sustentação do sistema, tanto assim que chamou a defender a União Européia e a constituição rejeitada no plebiscito de 2005, e que declarou que sairia candidato a presidente desde que tivesse o apoio do Partido Socialista Francês.


 


Na Inglaterra, o UKIP [3], partido cuja única bandeira era a independência da Grã-Bretanha, como saída capitalista nacional em relação a UE, obteve 16%, chegando acima do Labor Party (Partido Trabalhista).


 


Algumas opções de esquerda que reivindicam basicamente um discurso mais reformista e semelhante ao da antiga socialdemocracia, quando a socialdemocracia de hoje abandonou as reformas, tiveram resultados por volta dos 6%. Esse foi o caso da Alemanha, onde o Die Linke, que se formou essencialmente a partir de uma ruptura do SPD (Partido Socialdemocrata Alemão) em torno à figura de Lafontaine [4], junto com um setor do ex-PC da Alemanha Oriental, conseguiu que sua votação crescesse um pouco, de 6% para 7%.


 


Na França, a Frente de Esquerda que unia o PCF a uma ala da socialdemocracia dissidente chegou a 6% e Izquierda Unida na Espanha, alcançou 3,7% mantendo seus 2 deputados, ainda que perdendo votos.


 


Os resultados da «esquerda radical»


 


É no marco da ofensiva brutal da burguesia mundial e européia que devem ser lidos os resultados dos vários setores da esquerda que se reivindica como «alternativa socialista» nos vários países da Europa, que expressam de forma mais ou menos representativa ou mais ou menos distorcida a resistência e a busca de alternativas por parte da classe trabalhadora européia.


 


No caso do NPA (Novo Partido Anticapitalista) da França (fundado a partir da dissolução da antiga LCR – Liga Comunista Revolucionária), o «carro-chefe» da política do Secretariado Unificado (SU) para a Europa, houve uma afluência importante de ativistas em sua campanha, e chegou a criar grandes expectativas eleitorais refletidas em algumas pesquisas. O resultado em si, cerca de 4,8%, não acompanhou esse projeto na dimensão esperada porque essa franja do eleitorado ainda se inclinou majoritariamente por uma candidatura bem dentro do regime, como os ecologistas de Cohn-Bendit, ou pelo voto de esquerda moderada na Frente de Esquerda dos Comunistas e Sociais democratas dissidentes. No entanto, se lermos estes resultados no contexto da ofensiva brutal do capitalismo contra a classe trabalhadora, estes 4,8% são um resultado muito significativo, representando um setor da população que adere a um discurso mais radical de saída para esta crise.


 


No caso de Portugal, a votação do Bloco de Esquerda (integrado também pelo SU) cresceu quase 4% face às últimas legislativas, duplicando seus votos desde as últimas européias em 2004, e chegou a 10,7% (ultrapassando por pouco o PC, que também cresceu a mais de 10%). Apesar do Bloco ter moderado o seu discurso e de ser um partido que se integra cada vez mais ao regime democrático-burguês, a sua votação expressa, também, uma busca de alternativas às políticas dos governos de ataque aos trabalhadores, assim como as mobilizações que, nos últimos anos, tem irrompido no país. Ainda que Portugal não seja exceção no quadro mais geral de vitória da direita conservadora, se tomamos esse aspecto, a votação do Bloco é um resultado superior ao das demais forças de esquerda que se apresentaram na Europa.


 


No caso do SYRIZA (Coalizão da Esquerda Radical) na Grécia (onde também atua o SU), a sua votação foi de 4.7%, o que representou um resultado abaixo das expectativas, mas que também expressa o descontentamento neste país com a situação de crise e de ataques aos jovens e aos trabalhadores.


 


Já na Grã-Bretanha, na Itália, no Estado Espanhol, na Polônia, na Suécia, na Bélgica, entre muitos outros países, os resultados dos partidos da esquerda anticapitalista ou de outros sectores da extrema-esquerda ficaram em torno de 1%. Também se destaca a baixa votação de Lutte Ouvrière na França, com apenas 1,2%, quando, nas presidenciais de 1999, em aliança com a LCR, a candidata Arlette Laguillier obteve mais de 5%.


 


Estes resultados mais ou menos representativos dos setores que se reclamam como alternativas anticapitalistas ou socialistas ao neoliberalismo e, às vezes ao capitalismo, expressam assim, de uma forma muitas vezes distorcida – face ao programa real destas organizações – a busca de respostas mais radicais à crise de um setor da vanguarda ou do movimento de massas, no contexto dos brutais ataques em curso por parte da burguesia européia aos trabalhadores do velho continente.


 


Menção a parte temos que fazer da candidatura da Iniciativa Internacionalista – Solidariedade dos Povos, no Estado Espanhol porque – apesar da campanha na mídia e institucional e as evidências de fraude contra ela – fez uma campanha contra o regime e pelas reivindicações operárias contra a crise. Obteve uma alta votação no país Basco e Navarra (entre 15 a 20%) e atraiu a setores da vanguarda das lutas no resto do Estado Espanhol, onde um setor de ativistas e trabalhadores se envolveu na sua campanha.


 


No entanto, fica também expressa nos resultados a falta de uma corrente européia forte com uma política revolucionária e um claro perfil de classe. Na realidade, o Secretariado Unificado da IV Internacional – que pela sua implantação a nível europeu teria mais condições para encabeçar um projeto com esse perfil – abdicou de um claro projeto de classe e revolucionário para se diluir em projetos que pretendem unir todos os que estão à esquerda da social-democracia, juntando os «reformistas honestos aos revolucionários» tentando apresentar um perfil eleitoralmente viável para conquistar esse espaço deixado pela crise profunda da socialdemocracia.


 


Essa política levou, nos últimos anos, a apoiar a participação em governos burgueses, com destaque para Sinistra Crítica, sua organização italiana, que, atuando como tendência da Refundação Comunista (RC), votou no Parlamento a favor do orçamento e das verbas para guerra no Afeganistão (que RC garantiu como parte da base parlamentar do governo Prodi) e, negou-se a apresentar uma alternativa à traição da RC.


 


É urgente uma plataforma de esquerda e os trabalhadores precisam de uma política de classe e de luta contra todos os governos burgueses e a Europa do Capital. A classe operária já demonstrou que tem um enorme potencial e que o processo de resistência para enfrentar a crise já começou, mas precisa uma alternativa de direção para se desenvolver. Uma direção que combata o sistema capitalista, que esteja centrada nas lutas e as expresse quando se apresenta nas eleições.


 


NT:


[1] Europa dos Nove – a CEE (Comunidade Econômica Européia), designação anterior a UE (União Européia) entrou em vigor em janeiro de 1958, com seis membros fundadores: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.  Em1973, três novos países entraram na CEE: o Reino Unido, a Dinamarca e a Irlanda. Nascia a «Europa dos Nove».


[2] BNP British National Party (Partido Nacionalista Britânico de extrema-direita). Elegeu dois deputados ao Parlamento Europeu nas eleições de 07 de junho;


[3] UKIP – UK Independence Party (Partido da Independência). Também, classificado de direita por defender a suspensão da imigração em geral, conseguiu eleger 13 deputados.


 


[4] Oskar Lafontaine – Ex-candidato a chanceler (em 1990), ex-lider do SPD (entre 1996 e 1999) e ministro das finanças do primeiro governo de Gerhard Schröder.


 

Quelle réponse ouvrière à la crise ?

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Pendant que se poursuivent lês mises au chômage économique à tour de bras, les restructurations, les plans sociaux et les fermetures d'entreprises, et que d'autre part, nous constatons une certaine multiplication des luttes ouvrières, les dirigeants syndicaux sont amenés à se mettre autour de la table, à négocier dês conventions collectives et des accords sectoriels, entre autre suite à l'accord interprofessionnel. Comment peut-on mener le combat ?

 

En se mobilisant massivement à Namur, puis le lendemain encore aunLuxembourg, les métallosn démontrent bien la dureté des conséquences de la crise sur le secteur. Des milliers

d'emplois y ont déjà été perdus, et l'accord sectoriel en négociation reste encore en deçà de l'accord interprofessionnel déjà très mauvais.

 

La fédération wallonne des métallos de la FGTB (MWB) a quand même déclaré une grève de 24 heures, seule. Pour sa part, la CSC-Métal a clairement exprimé sa collaboration avec le patronat

et semble bien décidée à faire payer la crise aux travailleurs en se disant « consciente qu'il s'agit d'un accord modéré. Nous veillons à CE que cet accord de crise reste bien une réponse exceptionnelle à la crise »1.

 

Dans les entreprises, bon nombre de préavis de grève ont été déposé, mais une quantité non négligeable de ceux-ci ont été retirés avant même l'échéance. Si cela était le fruit d'une victoire, nous n'y verrions pás d'inconvénient. Mais malheureusement nous constatons bien souvent

que les travailleurs y ont perdu des plumes.

 

Les négociations sans mobilisation, sans grève et sans mettre La pression sur le patronat représentent un frein à la spontanéité et la combativité présente à la base. Ces derniers jours par exemple, les accompagnateurs de la SNCB, les travailleurs de chez IKEA Hognoul et les chauffeurs de la TEC de Liège-Verviers sont partis en grève spontanément, autrement dit en débordant la volonté de leurs syndicats.

 

L'explication du secrétaire régional de la CGSP des TEC est assez typique : « en tant qu'organisation syndicale, on ne peut pas cautioner un mouvement parti alors que des étapes de négociation sont encore prévues, notamment ce jeudi au niveau régional »2.

 

La LCT déplore ce fameux modèle de concertation si cher aux dirigeants de notre pays, gage de « stabilité » et de « paix sociale ». C'est ainsi que, pour les travailleurs, une partie importante de la lutte se situe à l'intérieur même des organisations syndicales, contre ceux qui préfèrent ne pas faire de vague pour garder le privilège de leur poste.

 

Si la Confédération Européenne des Syndicats (CES) a organisé une série de manifestations européennes à Madrid, Bruxelles, Prague et Berlin, c'est pour canaliser la montée des luttes partout en Europe dans des manifestations d'un jour plutôt que d'impulser et de coordonner un véritable plan combatif contre la crise.

 

Suite à l'exemple donné par dês camarades français qui ont seqüestre leurs patrons, les ouvriers belges de chez Fiat ont occupé un atelier. Ces actes ont été qualifiés d'« inadmissibles » dans un « Etat de droit », mais la détresse des travailleurs et la perte d'acquis sociaux sont-elles « admissibles » Et surtout, n'incombe-t-il pas aux travail-leurs et à leurs organisations, plutôt qu'aux patrons et au gouvernement, de décider des moyens de lutte à mettre en oeuvre ?

 

Nous appelons les travailleurs à mettre la pression notamment sur lês directions syndicales afin de d'organiser une grève générale. Dans tous les secteurs, ce n'est pas aux travailleurs de payer la crise. Organisons la résistance.

 

1 www.rtlinfo.be, 11/05/09

2 Le Soir, 12/05/09

«La represión de la Minustah fue salvaje»

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Reproducimos la entrevista realizada a Didier Dominique, dirigente de la organización haitiana Batay Ouvriye, el 25/6/2009, durante la gira que realizó por Brasil para pedir el inmediato retiro de las tropas de la ONU (la Minustah) y el fin de la ocupación militar de Haití.
 
 

 

Avance electoral de la derecha y crisis del kirchnerismo

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El gobierno nacional sufrió un fuerte castigo. Perdió Buenos Aires y hasta en Santa Cruz [NdR, provincia de la es originario Néstor Kirchner]. Es el resultado de una gestión que, pese a haberse beneficiado con un alto crecimiento por 5 años seguidos, no resolvió ninguno de los graves problemas del país y sus trabajadores.


 


Pero se produjo un fuerte avance de la derecha, que capitalizó esa ruptura. Muchos trabajadores equivocadamente terminaron votando al PRO de [Mauircio] Macri y [al peronista disidente Francisco] De Narváez, al Acuerdo Cívico de [Elisa] Carrió, los radicales y [al vicepresidente} Cobos, o al [peronista Carlos] Reutemann [en la provincia de Santa Fe], pensando que así castigaban al gobierno por no dar respuesta al desempleo, la inflación y los bajos salarios, el derrumbe de la salud y la educación públicas y todos los problemas que nos afectan.


 


Wall Street festejó  y la Bolsa [de Buenos Aires] pegó un salto el lunes (ver Clarín, 30/6/09). La Sociedad Rural se siente «ganadora», y dice que el 60% de la población la apoya.


 


Castigalo, castigate


 


Todas esas fuerzas de la derecha, las entidades [empresariales] del campo y las grandes cámaras patronales (la UIA, la Camara de Comercio y de la Construcción, AEA de las multinacionales), quieren imponer un fuerte ataque a los trabajadores y el país. Pero ocultaron esto en las elecciones llamando simplemente a votar contra el gobierno.


 


Su verdadera política se ve con toda claridad ahora que, luego del triunfo electoral de la derecha: las patronales, envalentonadas, salen a reclamar medidas que van claramente contra los trabajadores: postergación sin fecha de las paritarias, total libertad para despedir, suspender y bajar salarios, inmediato aumento de las tarifas de los servicios públicos, reducción de impuestos a las grandes empresas, etc. Y los precios ya empezaron a aumentar. En este sentido es muy significativo el giro opositor de [la empresa petrolera española] Repsol, que denunció al gobierno en Wall Street luego de haber sido el principal apoyo de los K.


 


La prepotencia es tal que la UIA, frente a la epidemia de gripe A y el creciente ausentismo laboral, quiere imponer que los trabajadores tengan que atenderse directamente con los médicos de las empresas y que estos decidan si están o no en condiciones de trabajar.


 


Cómo queda el cuadro político


 


Antes de las elecciones la mayoría de las principales fuerzas patronales le retiraron el apoyo al gobierno. Este quedó sostenido por el aparato del Partido Justicialista y el apoyo de la CGT de [Hugo} Moyano, que le garantizaban el control de la mayoría de los trabajadores. El peso de Moyano se vio aún más incrementado cuando logró convocar un acto masivo de apoyo a Kirchner.


 


La derrota del kirchnerismo y el avance de la derecha acentúan aún más este proceso de ruptura y crisis. Las patronales pasan a la oposición. Y ahora se agrega la crisis dentro del PJ con Kirchner.


 


El peronismo después de las elecciones


 


Kirchner se apresuró a renunciar a la presidencia del PJ, para eludir las facturas, pero intentando dejar al [gobernador de Buenos Aires Daniel] Scioli a cargo para negociar un nuevo reparto del poder. Pero varios gobernadores pusieron condiciones, mientras otros sectores directamente rechazaron la propuesta. En el peronismo se abre una disputa por el poder que aún no tiene un dueño claro. Y no hay ninguna garantía de que logre unificarse.


 


Esta disputa se expresa también en el interior de la CGT, con en el cuestionamiento al liderazgo de Moyano, que a su vez toma distancia del gobierno.


 


Los presidenciables de la derecha


 


Cobos, Macri, Reutemann, etc. Se ubican como posibles presidenciables. Es un pequeño avance en el intento de construir esas alternativas para reemplazar al kirchnerismo en el poder. Pero eso no significa que ninguna se haya consolidado ya como la alternativa política de la totalidad o un fuerte segmento patronal.


 


La alternativa Reutemann


 


Un ejemplo de eso es Reutemann, que gana talla con fuerza a partir de su triunfo en Santa Fe. Reutemann es el candidato preferido de la UIA. Y además, ante la movilización del campo en


2008, rompió con el gobierno y es visto positivamente por los chacareros y las multinacionales


del agro.


 


Sin embargo la derrota del kirchnerismo significa también un durísimo golpe y una fuerte crisis para el peronismo. Pero Reutemann no controla el aparato peronista y para imponerse tendría que llegar a un acuerdo con los caudillos de Buenos Aires y las demás provincias.


 


Por otro lado, ni dentro ni fuera del peronismo, ni en el Congreso aparece una corriente política más fuerte que el kirchnerismo. Además corren con una gran desventaja: no controlan la CGT ni la CTA y por tanto no tienen un freno directo para los trabajadores.


 


La situación del Acuerdo Cívico.


 


La alianza ARI-UCR-PS logró un 30% de los votos a nivel nacional y será la segunda fuerza en el Congreso, con 76 diputados y muchos senadores. Sin embargo tiene tres caciques con fuertes diferencias – Carrió, Cobos y Binner [intendente de Rosario]- que se disputan su conducción. Y cada uno de ellos tiene sus problemas. Carrió hizo una mala elección en Capital, Binner perdió en Santa Fé, y Cobos es resistido en el radicalismo.


 


El PRO


 


Ganó en Buenos Aires 9el principal distrito del país) y en Capital, pero también tiene serios problemas. Por empezar tiene sus fuerzas concentradas en sólo dos distritos. Y en el Congreso es tercera fuerza, muy lejos de la Coalición Cívica. [La vicejefa del gobierno de la ciudad, Gabriela] Michetti ganó en la Capital, pero con una caída de un 15% respecto de la elección anterior.


 


De Narváez es el gran vencedor con su triunfo en la provincia de Buenos Aires, pero no es visto con confianza por el conjunto de la patronal. Y está tironeado por sus compromisos con Macri, o la posibilidad de entrar en la pelea por el control del PJ.


 


Las patronales presionan al gobierno


 


Antes de las elecciones, los sectores patronales que rompían con el gobierno apostaban a la posibilidad de que la oposición ganara una clara mayoría en el Congreso. Y por esa vía buscaban no solo trabar los proyectos oficiales – como se dio con la derrota de la resolución 125 [de las retenciones a las exportaciones] en 2008- sino ir imponiendo la liquidación de las retenciones a las exportaciones y el aumento de las tarifas de los servicios públicos, eliminar las trabas a los despidos, etc. Es decir, ir modificando sustancialmente el modelo económico.


 


Pero aunque avanzó, la derecha no logró una mayoría propia en el Congreso y ninguno de los «presidenciables» aparece como alternativa categórica. Por eso las patronales y la derecha se orientan a contribuir a la gobernabilidad de Cristina KIrchner-De Narvaez lo declaró explícitamente-, pero exigiéndole que aplique las medidas reaccionarias que proponen contra los trabajadores y el país. De ese modo apuestan a que el gobierno se vaya desgastando cada vez más, mientras se termina de construir la alternativa patronal para el 2011.


 


Eso está cruzado porque distintos sectores patronales proponen cosas totalmente contrapuestas. El mejor ejemplo es el reclamo de devaluación de la UIA contra la oposición de Repsol y otras empresas y sectores.


 


La crisis del kirchnerismo


 


Al kirchnerismo la ruptura popular expresada en los votos, junto con la postura de las patronales, en especial la de Repsol, lo deja terriblemente debilitado para continuar con su «modelo». Por ser un agente de las grandes multinacionales, lo más probable es que capitule rápidamente a las exigencias empresarias y se termine de destruir.


 


En el mismo sentido va la política de Moyano y del [dirigente de la CTA Hugo] Yasky, sus apoyos sindicales, que han hecho todo lo posible para frenar la lucha obrera y popular y permitir que se impongan los planes patronales.


 


Sin embargo, la clase obrera y el pueblo, a pesar del resultado electoral, no están derrotados. Y en los últimos meses han mostrado categóricamente con luchas como las de los obreros de General Motors, Ford y Massuh o la triunfante batalla salarial bancaria, que están dispuestos


a dar pelea contra los ataques patronales en el marco de la crisis.


 


Aunque no sea lo más probable, no puede descartarse que la combinación de crisis, divisiones burguesas y resistencia obrera y popular, empujen al kirchnerismo a resistir su liquidación política, rechazando las imposiciones de la patronales, adoptando nuevas medidas que va en el sentido contrario como la renacionalización de las jubilaciones. Y se apoye para ello cada vez más en las direcciones sindicales adictas de la CGT y la CTA.


 


El desafío de la construcción de una alternativa


 


Como ya se ha demostrado claramente, ni el populismo kirchnerista ni los planteos de la derecha son soluciones para las necesidades de los trabajadores y el pueblo. Queda el desafío de aprovechar las próximas luchas de resistencia obrera y populare y la creciente ruptura política que eso producirá, para avanzar en la construcción de un frente único obrero que unifique las movilizaciones en base a un plan económico rumbo a un gobierno de los trabajadores, y en la construcción de una alternativa política de izquierda, socialista y revolucionaria.


 


¿POR QUÉ CRECIÓ LA DERECHA?


Estas elecciones son reflejo de la situación abierta con la crisis económica y el lockout agrario.


El fortalecimiento de la derecha comenzó con la ofensiva de la Mesa de Enlace del campo contra


la fallida resolución 125 en abril de 2008. Esa ofensiva fue encabezada por las grandes multinacionales que dominan el campo argentino y las exportaciones agropecuarias, que están nucleadas en la Sociedad Rural y Carbap.


 


Su objetivo era lograr total libertad para saquear la principal riqueza del país, las tierras y su producto, los granos, la leche y la carne, volcando toda la producción a la exportación. Lo que significa menos producción de alimentos para el país y aumentos de los precios de los comestibles para los trabajadores y el pueblo, como vemos hoy.


 


Los chacareros nucleados en la Federación Agraria Argentina (FAA) fueron la fuerza de choque de esa ofensiva. Pese a que en el campo «los grandes se comen a los chicos», fueron atrás de los intereses de los grandes sojeros. En esto cumplieron un papel decisivo los dirigentes como Buzzi


y De Ángeli, responsables de movilizar a los chacareros al servicio de las multinacionales y en contra de los intereses del país y de los trabajadores. Fueron los encargados de convencer a sectores de los trabajadores y la clase media de las ciudades que apoyaran al «campo».


 


Y así lograron poderosas movilizaciones en todo el país, en especial Rosario y Buenos Aires. En las grandes ciudades y sobre todo en el interior, se dio una ruptura masiva con el gobierno, capitalizada por la derecha.


 


El gobierno «se rindió»


 


El gobierno kirchnerista se negó a enfrentar a fondo a los sojeros, movilizando a los trabajadores por comida buena y barata para todos. La razón de esto es sencilla: los Kirchner se beneficiaron del modelo sojero. Nunca cuestionaron que las multinacionales controlen las exportaciones. Solo querían la mayor recaudación de impuestos para sostener su política de pagar la deuda externa y subsidiar a las grandes empresas industriales y de servicios con los impuestos al campo.


 


Por eso también, los Kirchner se negaron a llevar adelante una gran movilización obrera y popular por la expropiación de las grandes multinacionales y la nacionalización del campo y el comercio exterior, para poner esos recursos al servicio de las necesidades del país, de los trabajadores y los sectores populares. Comenzando por salario, trabajo, vivienda, salud y educación para todos.


 


Ante la lucha del campo, le tuvo más miedo a los trabajadores. Entre la movilización y la resolución parlamentaria del conflicto, eligió esto último. Concedió y perdió. Y en estas elecciones recogió el resultado.


 


Otros responsables


 


[Luis] Barrionuevo dentro de la CGT y el sector encabezado por [Víctor] De Gennaro en la CTA – con el acompañamiento de Pino Solanas y otros políticos que se dicen de izquierda- cometieron el crimen político de apoyar a la Mesa de Enlace de las patronales agrarias y su política a favor de las multinacionales.


 


Y los secretarios generales de la CGT y la CTA, Moyano y Yasky, que estaban del lado del gobierno, también fueron responsables. Siendo los líderes de las dos centrales sindicales, se negaron a plantear una política propia de los trabajadores que incluyera el reclamo de la nacionalización del campo y el comercio exterior, y un plan obrero al servicio de las necesidades de los trabajadores y el pueblo. Mantuvieron en todo momento su apoyo al gobierno


kirchnerista.


 


Salvando las proporciones, el mismo crimen cometieron sectores de izquierda como el MST (movimiento socialista de los Trabajadores] o la CCC [Corriente Clasista y Combativza], que aún hoy siguen abrazando a De Angeli.


 


Así dejaron que la reaccionaria Mesa de Enlace y los partidos y políticos de la derecha que apoyaron al campo aparecieran ante los trabajadores y el pueblo como la única alternativa para «castigar» al gobierno.


 


Y el campo ganó


 


En estas elecciones, tanto el gobierno como Moyano fueron castigados por su claudicación, que provocó una gran confusión en la clase trabajadora. Y las entidades del campo, se sienten ganadoras diciendo que el 60% de los votos fue a políticos que apoyaron al campo. Ellos serán los encargados de llevar al Congreso su programa de fin de las retenciones y respeto absoluto a sus ganancias provenientes de la renta agraria. Pagarán así el apoyo de las entidades rurales, y del propio De Ángeli, que propuso «arriar a la peonada» para hacerla votar lo que los patrones del campo querían.


 


LA ELECCIÓN DE PINO SOLANAS


Pino Solanas hizo una gran elección. Unió un conglomerado en el que converge el ala de la CTA liderada por [Víctor] De Gennaro (en la que tiene un rol destacado el economista y diputado Claudio Lozano) con diputados encabezados por Eduardo Macaluse, provenientes de una ruptura del ARI [el partido de Elisa Carrió].


 


Logró el 24% de los votos en la Capital Federal, arrastrando un importante segmento de la clase media que, en 2007, apoyó [al jefe de gobierno de la ciudad Mauricio] Macri  (por ejemplo, ganó en el elegante barrio de la Recoleta), capitalizando parte de la ruptura con el gobierno, y también una gran parte del voto de la izquierda, que quedó reducida a su mínima expresión en la ciudad (ver nota). La izquierda pagó así su negativa a presentar un frente unitario. La centro-izquierda también tuvo una expresión en la provincia de Buenos Aires con la candidatura del intendente de Morón Martín Sabatella, que obtuvo el 5% de los votos.


 


Muchos trabajadores vieron en Pino y Sabatella una alternativa a la izquierda del gobierno, por su programa que incluye medidas correctas como la renacionalización de los recursos naturales y las empresas de servicios. El apoyo de un sector de la CTA contribuyó a eso.


 


Sin embargo su postura de defensa de un capitalismo «con rostro humano», cercana a la de Chávez y Evo Morales, a quienes apoyan explícitamente, definen a la centro-izquierda de Solanas y Sabatella como una fuerza similar a lo que fueron en su momento el Frepaso y el Frente Grande. Su postura ante los reclamos del campo fue ambigua, y hasta de apoyo en el caso de la Federación Agraria. No representan una salida de fondo para los trabajadores y el pueblo.


 


Sin embargo, el fuerte apoyo recibido sobre todo por Pino, lo convierten en una referencia para las luchas antiimperialistas y por la independencia nacional. Pese a nuestras diferencias, hemos compartido con Solanas iniciativas como la campaña por la nacionalización del petróleo y el gas, por la reestatización del ferrocarril, etc.


 


Y lo seguiremos convocando a luchar juntos, aprovechando ahora el fuerte respaldo recibido, para poner en pie una poderosa unidad de acción por la segunda y definitiva independencia, y el programa y medidas que van en tal sentido. El próximo bicentenario de la libertad es una gran oportunidad para avanzar en ese sentido.


 


EL FRENTE Y EL ESPACIO DE LA IZQUIERDA


En un marco de derechización general de la votación, el Frente de Izquierda (conformado a través por el PTS – Partido de los Trabajadores Socialistas, el Nuevo MAS e Izquierda Socialista, que el FOS apoyó electoralmente), tuvo una importante votación en algunos de los principales distritos obreros del país.


 


En la provincia de Buenos Aires, logró 106.764 votos, ubicándose como quinta fuerza. En Córdoba casi 40.000. Y a nivel nacional, pasó los 180.000. En todos los casos, casi el doble de los votos que el mismo frente, también apoyado nuestro partido, había conseguido


 


Los partidos más grandes de la izquierda, PO y MST, estuvieron por debajo, aún cuando son organizaciones mucho más grandes, más extendidas, con figuras mucho más conocidas, y con mayores recursos, algo evidente por el tremendo despliegue de costosa propaganda gráfica, televisiva y de todo tipo.


 


La razón del crecimiento


 


El Frente hizo una campaña alrededor de la agitación de una salida obrera a la crisis, y el programa correspondiente. Nos parece que un sector del activismo obrero y juvenil premió en el Frente el carácter unitario, alrededor de ese programa. Y a la vez, castigó a quienes rompieron la unidad.


 


El PO se negó a sumarse al Frente (donde pudo ocupar un papel principal) y quedó muy por detrás, especialmente en el conurbano. En el caso del MST, su caída es muy marcada. Tanto en Capital (donde Vilma Ripoll es una figura reconocida) como en Buenos Aires, tuvo un profundo retroceso.


 


En este caso, paga el costo no solo de su sectarismo, sino del rechazo que en amplios sectores del activismo obrero, popular y juvenil causó su vergonzoso apoyo a la Sociedad Rural y figuras como De Angelis, que se destacaron en su apoyo a la derecha y sus posiciones reaccionarias, como cuando propuso «arriar a la peonada, subirla a la camioneta y decirle a quién tiene que votar».


 


Unidad insuficiente


 


Estamos contentos con la votación del Frente. Sin embargo, eso no puede ocultar el hecho que, de conjunto, los partidos de izquierda no fuimos capaces de responder a la altura del desafío que estas elecciones y la actual crisis nos presentaba. Se necesitaba la unidad de todos los partidos de izquierda.


 


Esto es polémico con el MST y el PO, pero también con los compañeros del PTS y el MAS. Nosotros propusimos poner en pie un frente electoral que unificara a todos los partidos de izquierda en una única boleta. Una unidad tal como hicimos un acto unitario el 1º de Mayo con un correcto y detallado programa para oponer una salida obrera a la crisis.


 


Nos parece que la realidad demuestra que, de haberse concretado, hubiera sido un gran acierto. Medio de millón de votos, solo sumando los resultados. Pero que pudieron ser más. Y sobre todo, haber ubicado una alternativa para enfrentar el crecimiento de la centroizquierda, como alternativa para sectores amplios del movimiento obrero y popular. Es una reflexión que debemos realizar de cara al futuro.


 


Resumen de resultados de las fuerzas de izquierda


 


                                               FI                                MST                                               PO                        


DISTRITO        2007     2009      %          2007     2009     %           2007     2009    %           


Capital                  6404       5669  (0,31)      50606   13045 (0,72)       15546    12460 (0,69)


BS. AS.                13210    106764 (1,47)    65466   39778 (0,55)       52327    77223 (1,07)


Cordoba                               36975  (2,24)                     13099  (0,79)                        16588  (1,00)


Santa Fe                                 8570  (0,52)                      9895   (0,54)                         16801   (1,01)      


Total Nacional              175207                                116235                                  216013


Total de la izquierda: 507.455


Nota: en 2007, las tres fuerzas sumaron nacionalmente cerca de 330.000.

Crise econômica: já chegamos ao fundo?

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Neste momento, o principal debate entre os economistas burgueses é se o pior da crise econômica internacional já passou ou não. Alguns dizem que já teria passado nos Estados Unidos, ainda que na Europa não.


Para tomar uma posição neste debate, é necessário precisar os ritmos da crise, o momento em que ela está agora e como este momento se integra na dinâmica mais geral.


Neste sentido, e antes de ir à análise dos dados, é necessário ter clareza sobre três coisas:


1. Quando os economistas burgueses dizem que o pior já passou, não estão dizendo que já se alcançou o último nível da queda, mas que estaria se desacelerando seu ritmo e, portanto, se estaria mais perto do rebote e do início da recuperação (o que estaria sendo antecipado pelo que chamam de surtos verdes).


2. As crises profundas como a atual têm um impacto central e depois uma onda expansiva (ou onda descendente, diríamos os marxistas) que reflete a profundidade deste impacto ao longo de vários anos. Essa onda de influência dificilmente se expressa como um efeito bola de neve ou plano inclinado permanente. Em geral, trata-se de uma dinâmica de forma mais fechada, com recuperações falsas ou muito débeis e uma tendência de queda de conjunto que nem sempre se dá no mesmo ritmo, porque também influenciam outros fatores: as medidas dos governos, fatos políticos etc.


Assim aconteceu com a crise de 1929: depois de uma forte queda por seis meses, teve um falso movimento de recuperação na primeira metade de 1929 (resultado de uma tentativa dos bancos de salvar algumas empresas), voltou a cair até uma débil recuperação em fins de 1932 e 1933 (início da era Roosevelt) para voltara a cair até o fundo em 1935 e 1936 e, aí sim, iniciar a recuperação em 1937. Porém alguns economistas marxistas acreditam que a recuperação de 1937-38 e a queda posterior são parte de sua onda de impacto e consideram que a economia dos Estados Unidos só se recuperou plenamente em 1943 com a indústria funcionando a pleno vapor para a Segunda Guerra Mundial. Se observarmos a evolução da economia dos EUA em 2008 por trimestre, também vemos esses movimentos irregulares.


3. Neste sentido, minha impressão é que o fundo da crise está longe de ser alcançado. Por diversas razões da própria estrutura da crise (que foram analisadas em outros textos) o vejo um par de passos mais abaixo. Acredito que está profundamente errado o prognóstico do FMI e de alguns economistas burgueses de que a recuperação se iniciará em 2010. Mas quero ser cuidadoso nesta afirmação, porque a realidade ainda não definiu claramente sua tendência e seria necessário ver o que ocorre no segundo trimestre de 2009 (e inclusive ao longo do ano) para ter maior clareza.


Vejamos, agora, alguns dados da economia mundial.


Estados Unidos


Em 2008, a economia dos EUA cresceu 1,1% com um comportamento muito irregular por trimestre. As taxas anuais foram: 1º T +0,9%; 2º T +3,3%; 3º T -0,5%; 4º T -6,2%. Ou seja, depois de um falso início de recuperação no segundo trimestre, começa a cair no terceiro e é derrubado claramente no quarto, com a maior queda dos últimos trinta anos. A profunda dinâmica descendente se manteve no primeiro trimestre de 2009, com um saldo médio trimestral de -1,6% e uma taxa negativa anual que primeiro se calculou em -6,1 e, em seguida, em -5,7.


Ou seja, dois trimestres seguidos muito negativos. No entanto, pela leve diminuição da cifra, os otimistas chegaram à conclusão de que já se estava desacelerando o ritmo da queda e que começavam a se ver surtos verdes: o consumo que cresceu 2,2% frente a uma queda de 4,3 no trimestre anterior. Outro surto verde, pouco comentado pela imprensa, foi que houve uma melhora nos lucros das empresas: «os benefícios da produção corrente (os lucros das empresas com inventário e avaliação de capital) tiveram um aumento de US$42,6 milhões no primeiro trimestre, em contraste com a diminuição de US$250,3 milhões no quarto trimestre» (Bureau de Análise Econômica, 29/5/2009).


Outros dados, no entanto, indicariam que a queda não terminou e que, inclusive, pode se aprofundar: tanto o investimento empresarial quanto o investimento em habitação caíram 38% (taxa anual), aprofundando o descenso do trimestre anterior (-21,1% no caso do investimento empresarial). Estes são dados estruturais, com um agravamento pela dinâmica futura do consumo. Por isso, não se entende muito bem com base em que elementos o FMI anuncia que o país voltará a crescer em 2010.


Europa


Segundo dados da Eurostat, a dinâmica da economia européia foi tão mal ou pior que a dos EUA, já que no primeiro trimestre de 2009 se aprofundaram os dados negativos do último de 2008 (-1,5%). Isso é o que se chama precisamente de um processo «bola de neve». Tanto o conjunto dos países da União Européia quanto os da eurozona sofreram uma contração de 2,5% na média trimestral e 4,6% ao ano, as taxas mais negativas da série histórica, desde que começaram estas estatísticas.


A Alemanha caiu 3,5%, pela redução de suas exportações. França, que até agora se mantinha um pouco melhor que os outros membros da UE, sofreu uma queda média trimestral de 1,2%, e a taxa anual foi de -3,2%. O governo admite que a contração total do ano superou a das últimas crises: 1975 e 1993. A economia italiana, por sua vez, se retraiu 2,4% na média trimestral e 5,9% ao ano. A do Reino Unido se reduziu 1,9% no trimestre e 4,1% ao ano. Espanha caiu 1,9% no trimestre e 3% no ano.


Neste caso, fora os países que quebraram como Islândia (-11,6%) e Irlanda (-9%), e os países do Leste europeu (alguns com queda superior a 10%). Entre os ricos os que parecem estar piores estruturalmente são o Reino Unido (pelo peso do setor especulativo parasitário que levou o país a ter a maior dívida externa por habitante do mundo) e Espanha (pelo estouro de uma grande bolha imobiliária).


China


No primeiro trimestre de 2009, a economia chinesa cresceu 6,1% e estima-se que, no ano, vai manter essa porcentagem. Isso pode ser analisado de duas formas diferentes: por um lado, será, seguramente, o melhor desempenho econômico nacional. Por outro, é o pior resultado dos últimos anos, com uma clara desaceleração com relação aos 12-13% dos anos anteriores e, inclusive, com relação aos 9% de 2008.


Aqui competem dois elementos contraditórios. Por um lado, se evidencia uma forte e crescente queda das exportações (um dos motores centrais do crescimento dos últimos anos). Vejamos estes dados, relativos ao mesmo mês do ano anterior: -2%; abril 2009 -17,1%, maio 2009 -26,4%. Por outro lado, o pacote anticrise lançado pelo governo (US$ 586 bilhões) destinado às obras públicas se expressou num aumento de 30% na produção de «bens urbanos de capital». Por esse dado, alguns analistas consideram que a dinâmica geral da economia será boa e em recuperação. Mas outros afirmam que será «totalmente insuficiente» para compensar a queda da demanda mundial de produtos chineses.


De qualquer modo, ainda que +6% cause impacto em termos de qualquer economia capitalista, é importante entender que esta desaceleração já é um claro sintoma da crise na China. Se expressa, por um lado, no fechamento de 15 mil empresas (ainda que essa seja uma cifra muito pequena em comparação com a quantidade total de empresas do país) e na demissão de cerca de 20 milhões de trabalhadores.


Ao mesmo tempo, esta desaceleração também se expressa numa forte queda das exportações de matérias-primas da China para muitos países, causando um grande impacto em sua economia (por exemplo, as exportações peruanas, basicamente minerais, caíram mais de 17% no primeiro trimestre de 2009).


América Latina


A dinâmica geral da economia da América Latina acompanhará a tendência negativa do conjunto do mundo, como resultado combinado de vários fatores, entre eles a queda do volume e dos preços das exportações, por um lado, e a diminuição do fluxo de investimentos por outro.


O país mais afetado possivelmente seja o México, como resultado de sua profunda dependência dos EUA: alguns analistas estimam que seu PIB se contrairá até 10% no primeiro semestre de 2009. O impacto sobre a Argentina será forte, mas menor: a União de Indústrias da Argentina (UIA) estima que a produção industrial caiu 9,6% entre janeiro e abril de 2009 (com seis meses consecutivos de queda) e que a queda anual do PIB pode ser de 3% ou 4%. O Brasil, por diversas razões que não analisaremos aqui, parece ter um reflexo mais amenizado da crise: fala-se de um resultado, em 2009, entre -1,2% e -1,8%.

Crise econômica: já chegamos ao fundo?

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Neste momento, o principal debate entre os economistas burgueses é se o pior da crise econômica internacional já passou ou não. Alguns dizem que já teria passado nos Estados Unidos, ainda que na Europa não.


Para tomar uma posição neste debate, é necessário precisar os ritmos da crise, o momento em que ela está agora e como este momento se integra na dinâmica mais geral.


Neste sentido, e antes de ir à análise dos dados, é necessário ter clareza sobre três coisas:


1. Quando os economistas burgueses dizem que o pior já passou, não estão dizendo que já se alcançou o último nível da queda, mas que estaria se desacelerando seu ritmo e, portanto, se estaria mais perto do rebote e do início da recuperação (o que estaria sendo antecipado pelo que chamam de surtos verdes).


2. As crises profundas como a atual têm um impacto central e depois uma onda expansiva (ou onda descendente, diríamos os marxistas) que reflete a profundidade deste impacto ao longo de vários anos. Essa onda de influência dificilmente se expressa como um efeito bola de neve ou plano inclinado permanente. Em geral, trata-se de uma dinâmica de forma mais fechada, com recuperações falsas ou muito débeis e uma tendência de queda de conjunto que nem sempre se dá no mesmo ritmo, porque também influenciam outros fatores: as medidas dos governos, fatos políticos etc.


Assim aconteceu com a crise de 1929: depois de uma forte queda por seis meses, teve um falso movimento de recuperação na primeira metade de 1929 (resultado de uma tentativa dos bancos de salvar algumas empresas), voltou a cair até uma débil recuperação em fins de 1932 e 1933 (início da era Roosevelt) para voltara a cair até o fundo em 1935 e 1936 e, aí sim, iniciar a recuperação em 1937. Porém alguns economistas marxistas acreditam que a recuperação de 1937-38 e a queda posterior são parte de sua onda de impacto e consideram que a economia dos Estados Unidos só se recuperou plenamente em 1943 com a indústria funcionando a pleno vapor para a Segunda Guerra Mundial. Se observarmos a evolução da economia dos EUA em 2008 por trimestre, também vemos esses movimentos irregulares.


3. Neste sentido, minha impressão é que o fundo da crise está longe de ser alcançado. Por diversas razões da própria estrutura da crise (que foram analisadas em outros textos) o vejo um par de passos mais abaixo. Acredito que está profundamente errado o prognóstico do FMI e de alguns economistas burgueses de que a recuperação se iniciará em 2010. Mas quero ser cuidadoso nesta afirmação, porque a realidade ainda não definiu claramente sua tendência e seria necessário ver o que ocorre no segundo trimestre de 2009 (e inclusive ao longo do ano) para ter maior clareza.


Vejamos, agora, alguns dados da economia mundial.


Estados Unidos


Em 2008, a economia dos EUA cresceu 1,1% com um comportamento muito irregular por trimestre. As taxas anuais foram: 1º T +0,9%; 2º T +3,3%; 3º T -0,5%; 4º T -6,2%. Ou seja, depois de um falso início de recuperação no segundo trimestre, começa a cair no terceiro e é derrubado claramente no quarto, com a maior queda dos últimos trinta anos. A profunda dinâmica descendente se manteve no primeiro trimestre de 2009, com um saldo médio trimestral de -1,6% e uma taxa negativa anual que primeiro se calculou em -6,1 e, em seguida, em -5,7.


Ou seja, dois trimestres seguidos muito negativos. No entanto, pela leve diminuição da cifra, os otimistas chegaram à conclusão de que já se estava desacelerando o ritmo da queda e que começavam a se ver surtos verdes: o consumo que cresceu 2,2% frente a uma queda de 4,3 no trimestre anterior. Outro surto verde, pouco comentado pela imprensa, foi que houve uma melhora nos lucros das empresas: «os benefícios da produção corrente (os lucros das empresas com inventário e avaliação de capital) tiveram um aumento de US$42,6 milhões no primeiro trimestre, em contraste com a diminuição de US$250,3 milhões no quarto trimestre» (Bureau de Análise Econômica, 29/5/2009).


Outros dados, no entanto, indicariam que a queda não terminou e que, inclusive, pode se aprofundar: tanto o investimento empresarial quanto o investimento em habitação caíram 38% (taxa anual), aprofundando o descenso do trimestre anterior (-21,1% no caso do investimento empresarial). Estes são dados estruturais, com um agravamento pela dinâmica futura do consumo. Por isso, não se entende muito bem com base em que elementos o FMI anuncia que o país voltará a crescer em 2010.


Europa


Segundo dados da Eurostat, a dinâmica da economia européia foi tão mal ou pior que a dos EUA, já que no primeiro trimestre de 2009 se aprofundaram os dados negativos do último de 2008 (-1,5%). Isso é o que se chama precisamente de um processo «bola de neve». Tanto o conjunto dos países da União Européia quanto os da eurozona sofreram uma contração de 2,5% na média trimestral e 4,6% ao ano, as taxas mais negativas da série histórica, desde que começaram estas estatísticas.


A Alemanha caiu 3,5%, pela redução de suas exportações. França, que até agora se mantinha um pouco melhor que os outros membros da UE, sofreu uma queda média trimestral de 1,2%, e a taxa anual foi de -3,2%. O governo admite que a contração total do ano superou a das últimas crises: 1975 e 1993. A economia italiana, por sua vez, se retraiu 2,4% na média trimestral e 5,9% ao ano. A do Reino Unido se reduziu 1,9% no trimestre e 4,1% ao ano. Espanha caiu 1,9% no trimestre e 3% no ano.


Neste caso, fora os países que quebraram como Islândia (-11,6%) e Irlanda (-9%), e os países do Leste europeu (alguns com queda superior a 10%). Entre os ricos os que parecem estar piores estruturalmente são o Reino Unido (pelo peso do setor especulativo parasitário que levou o país a ter a maior dívida externa por habitante do mundo) e Espanha (pelo estouro de uma grande bolha imobiliária).


China


No primeiro trimestre de 2009, a economia chinesa cresceu 6,1% e estima-se que, no ano, vai manter essa porcentagem. Isso pode ser analisado de duas formas diferentes: por um lado, será, seguramente, o melhor desempenho econômico nacional. Por outro, é o pior resultado dos últimos anos, com uma clara desaceleração com relação aos 12-13% dos anos anteriores e, inclusive, com relação aos 9% de 2008.


Aqui competem dois elementos contraditórios. Por um lado, se evidencia uma forte e crescente queda das exportações (um dos motores centrais do crescimento dos últimos anos). Vejamos estes dados, relativos ao mesmo mês do ano anterior: -2%; abril 2009 -17,1%, maio 2009 -26,4%. Por outro lado, o pacote anticrise lançado pelo governo (US$ 586 bilhões) destinado às obras públicas se expressou num aumento de 30% na produção de «bens urbanos de capital». Por esse dado, alguns analistas consideram que a dinâmica geral da economia será boa e em recuperação. Mas outros afirmam que será «totalmente insuficiente» para compensar a queda da demanda mundial de produtos chineses.


De qualquer modo, ainda que +6% cause impacto em termos de qualquer economia capitalista, é importante entender que esta desaceleração já é um claro sintoma da crise na China. Se expressa, por um lado, no fechamento de 15 mil empresas (ainda que essa seja uma cifra muito pequena em comparação com a quantidade total de empresas do país) e na demissão de cerca de 20 milhões de trabalhadores.


Ao mesmo tempo, esta desaceleração também se expressa numa forte queda das exportações de matérias-primas da China para muitos países, causando um grande impacto em sua economia (por exemplo, as exportações peruanas, basicamente minerais, caíram mais de 17% no primeiro trimestre de 2009).


América Latina


A dinâmica geral da economia da América Latina acompanhará a tendência negativa do conjunto do mundo, como resultado combinado de vários fatores, entre eles a queda do volume e dos preços das exportações, por um lado, e a diminuição do fluxo de investimentos por outro.


O país mais afetado possivelmente seja o México, como resultado de sua profunda dependência dos EUA: alguns analistas estimam que seu PIB se contrairá até 10% no primeiro semestre de 2009. O impacto sobre a Argentina será forte, mas menor: a União de Indústrias da Argentina (UIA) estima que a produção industrial caiu 9,6% entre janeiro e abril de 2009 (com seis meses consecutivos de queda) e que a queda anual do PIB pode ser de 3% ou 4%. O Brasil, por diversas razões que não analisaremos aqui, parece ter um reflexo mais amenizado da crise: fala-se de um resultado, em 2009, entre -1,2% e -1,8%.

Las mujeres luchan en las calles de Teherán

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La absurda y trágica agonía de Neda Agha Soltan, de 27 años, en una calle de Teherán, semanas pasadas, alcanzada por una bala en el pecho disparada por un basiji (paramilitares voluntarios de extrema derecha) fue todo un símbolo de la salvaje represión que viene abatiéndose sobre el pueblo iraní. También fue una señal de que algo mucho más profundo se está moviendo. Por debajo de los velos, y de las espadas de la ley islámica que penden sobre sus cabezas, las mujeres iraníes están jugando un papel fundamental en las luchas democráticas contra la dictadura de los ayatolás    


 


Tenemos que valorizar ese hecho en su debida importancia. Las mujeres están desafiando una represión violenta y rompiendo amarras seculares. Si un hombre sale a la calle y protesta, celebramos. Se una mujer hace eso, además de celebrar, debemos reflexionar sobre la real profundidad de ese movimiento. Porque indica que algo más estructural se está siendo rompiendo y está siendo cuestionado.  La clase trabajadora mundial debe estar muy atenta a esa revolución, porque quizás no se límite a las exigencias por libertades democráticas, lo que ya sería fundamental en un Estado teocrático, sino una revolución mucho más profunda.


 


En Irán, las mujeres son las mayores víctimas del integrismo religioso. Todas ellas. Pero para las más pobres la opresión es algo muy diferente. Las retrógradas leyes religiosas se combinan, en el caso de las mujeres pobres, con la miseria, el paro y todo tipo de dificultad para poder estudiar y trabajar. Es sencillamente una puerta cerrada. Porque estudiar y trabajar son las dos únicas formas posibles de poder, por lo menos, soñar con algún nivel de emancipación en una sociedad capitalista y retrógrada, como la de Irán, sofocada por la dictadura de los ayatolás.


 


Donde la vida no vale nada


 


El Centro de Defensa de los Derechos Humanos de Teherán, dirigido por la ganadora del Premio Nobel de la Paz Shirin Ebadi, informa que, en Irán, la vida de una mujer vale legalmente la mitad que la de un hombre. Esto en el texto de la ley. Porque, en la realidad concreta y humana, no vale nada. Igual que su testimonio ante un juez sobre cualquier asunto. Una vida por la mitad es lo mismo que una vida que no vale nada. En Irán existe todavía el «precio de la sangre»: quien mata a una persona, además de cumplir su pena, tiene que pagar una cantidad de dinero a los parientes de la víctima. «Matar a una mujer cuesta la mitad del precio», explican los abogados del Centro.


 


Según las leyes iraníes, un hombre puede divorciarse cuando quiera sin dar ninguna explicación, pero una mujer sólo puede pedir el divorcio si el marido la abandonó, si fuere adicto a las  drogas o si sufre de impotencia sexual. En caso contrario, deberá suportarlo por el resto de la vida, aunque él mantenga relaciones sexuales con otras mujeres o la apalee todos los días. Pero si el marido encontrase a su mujer teniendo relaciones sexuales con otro hombre, tiene el derecho a matar a los dos; y toda mujer acusada de adúltera puede ser apedreada hasta la muerte.


 


Durante la lapidación, ella es enterrada hasta el tronco y su cabeza es tapada con una bolsa hecha de tela, mientras los habitantes de la localidad la apedrean. Si sobrevive, estará libre. El Centro de Derechos Humanos está consiguiendo, con mucho costo, salvar algunas mujeres de esa lapidación, pero no cambiando las leyes, sino escondiendo las mujeres en sitios donde no pueden ser encontradas. Una solución, claro, totalmente provisional e inestable. Los hombres también pueden ser condenados por adulterio, pero tienen derecho al llamado «casamiento temporario», que les permite casarse con varias mujeres (inclusive, durante sólo algunas horas) para poder tener relaciones sexuales con ellas.


 


En cuanto a la comparecencia ante un juicio por cualquier asunto, una mujer sola no puede testificar. Las mujeres deben testificar de a dos para que su palabra tenga valor jurídico. La mayoría de edad para ser condenado y ejecutado también presenta considerables diferencias legales para los sexos, según el Centro de Derechos Humanos. Los hombres tienen que ser mayores de 18 años para que puedan ser ejecutados, mientras que las niñas basta que hayan cumplido 9 años.


 


Esa diferencia de tratamiento no está en la ley. Las fatwas (decretos religiosos) dictadas por los ayatolás tienen un valor legal superior a las leyes escritas, y pueden permitir ejecutar niñas con esa edad. Existen cerca de 700 ayatolás en todo el país con autoridad para promulgar fatwas sobre cualquier asunto. El ayatolá Jamenei, actual líder supremo del país, se preocupó sobre todo en implantar nuevas unidades paramilitares (basiji), con soldados reclutados justamente entre la población más pobre y más dependiente de la ayuda del gobierno. Es decir, más sumisos y obedientes.


 


Y esos basiji son algunos de los «guardianes del templo», que se ocupan de la represión a las manifestaciones y también en aplicar las fatwas contra las mujeres. Cuando encuentran una de ellas protestando contra el gobierno, se transforman en fieras. Fue uno de ellos el que disparó contra Neda. Tenemos la declaración de una manifestante  a la red norteamericana de TV CNN: «De golpe, cerca de 500 personas con palos surgieron de una mezquita próxima (los tales milicianos basiji), llenaron las calles y empezaron a atacar a todos; fue una masacre. Golpearon a una mujer tan salvajemente que quedó empapada en sangre y su marido, que vio la escena, se desmayó».


 


A pesar de la represión, que dejó cientos de heridos y varios muertos en las últimas semanas, muchas mujeres continuaron participando de las manifestaciones. «Estoy tan orgullosa de las mujeres iraníes presentes en los protestas», dijo una manifestante, confirmando que fueron brutalmente golpeadas con bastones por las fuerzas de seguridad.


 


Las leyes retrógradas contra las mujeres están siendo desafiadas por la gran presencia femenina en las luchas. Todas las disposiciones legales son aplicadas de manera más o menos estricta dependiendo de la evolución del régimen. Y, por ello, cuanto más avance la lucha, mejor. Según los abogados del Centro de Shirin Ebadi, desde victoria de Mahmud Ahmadinejad en las elecciones presidenciales de junio de 2005, «se volvió a los primeros años de la revolución islámica». Las milicias de extrema derecha recuperaron credibilidad y poder, además de los Guardianes de la Revolución y de los militares, que ahora están al frente de la mayoría de los ministerios y de los puestos claves del gobierno iraní.


 


Según los representantes del Centro, es muy difícil que ocurra un cambio en Irán «porque el pueblo tiene miedo, y prefiere mantener lo que tiene a poner en peligro su vida y la de sus familias». «El miedo es mucho más grande de lo que cualquiera pueda imaginar», garantizan los abogados. Pero parece que el miedo no es lo que está predominando y sí la rebelión, la rabia, el deseo de libertad. Por eso, también es tan valiosa la participación de las mujeres en las revueltas.


 


Es una lucha democrática, por los derechos básicos de las mujeres, que viene subvirtiendo las bases del despótico régimen iraní. Las tenues promesas de apertura democrática hechas por Moussavi en la campaña electoral, y que habían sido frustradas por el «triunfo» de Amadinejad, hicieron que millones de mujeres saliesen a las calles, exigiendo no sólo esas tenues promesas, sino todo a lo que ellas tienen derecho. Y los velos han empezado a caer.


 


Simple velos, pero que traen sobre sí una lista inmensa de fatwas de lapidación, violencia y salvajada secular contra las mujeres. La bandera democrática de liberación y emancipación de las mujeres, como de todos los oprimidos, sólo se volverá verdaderamente democrática si estuviere en las manos de la clase trabajadora, y sobre todo, de las propias mujeres trabajadoras.


En las fotos publicadas en los periódicos, vemos miles de mujeres iraníes gritando y protestando en las calles. En la cabeza, el velo islámico, un velo que, en ese momento, no parece hacer de aquella mujer una persona sumisa, «una nada». En Irán, los velos hoy son verdes, el color de la rebelión. Más que velos, son banderas de la revolución contra la dictadura, contra la miseria, contra a opresión.


 


Para millones de mujeres, la revuelta significa el derecho a una existencia mejor, el derecho a la vida, el derecho de estudiar y trabajar, el derecho de verse libre de las fatwas, y preservar su cuerpo de las piedras que les lanzan. En ese sentido, en las calles se da el despertar de la personalidad. Es con ella que caerá el velo: será arrancado de sus cabezas por sus propias manos, o no será arrancado.


 


Porque, junto con el velo, debe caer el régimen teocrático de los ayatolás, de los magnates del petróleo, de la burguesía iraní. Y así será porque, pese el miedo, pese la sangrante represión de los criminales basiji, pese las odiosas fatwas, las mujeres iraníes están ocupando su debido lugar: las calles de Teherán.

¿Cómo derrotar a Uribe?

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En los últimos años el gobierno de Uribe se ha enfrentado a períodos de fuertes crisis, alternados con otros de relativo fortalecimiento, sin que se haya puesto en cuestión en momento alguno su estabilidad. Esto se debe fundamentalmente a que la oposición ha asumido un comportamiento timorato y porque, a diferencia de lo que ha sucedido con casos similares en otros países, donde la burguesía opositora se ha apoyado en la movilización de las masas para debilitar y sacar del juego del poder a un determinado gobierno, la burguesía colombiana no juega con candela porque desconfía profundamente de la movilización de las masas. Todos le apuntan a la disputa electoral.


 


Empantanado con el referendo


 


Uribe ha terminado, por ahora, empantanado con el referendo y su reelección. El imperialismo, a través de sus publicaciones más importantes (The Economist, The New York Times y Washington Post), le ha notificado que no está de acuerdo en que se reelija de inmediato y que debe esperar hasta 2014. Al mismo tiempo un sector importante de la burguesía tradicional colombiana le está sugiriendo que se haga a un lado, y que espere turno para retomar el control del gobierno en el siguiente cuatrienio. Esto no significa que el imperialismo y la burguesía nacional antireeleccionista se hayan vuelto democráticos, sino que ven que si Uribe continúa, puede configurarse una crisis del régimen que se salga de control.


 


Es verdad que en las encuestas Uribe sigue teniendo un alto nivel de aceptación, y que de lejos es el candidato que barrería con los demás, en cuanto a votos. Aunque tampoco es tan fuerte como para haber garantizado las firmas para el referendo de forma limpia. Tuvo que conseguir el patrocinio de DMG [Data Marketing Group, gran empresas internacional de servicios, NdE]  -según dicen las denuncias-, organizar un grupo de politiqueros mañosos encabezados por Luis Guillermo Giraldo para recolectar las firmas, y la compra de votos de congresistas  para lograr su aprobación en el Senado y cambiar el contenido del texto.


 


Pero a pesar de todas esas maniobras no ha logrado su aprobación final, pues falta la conciliación entre Senado y Cámara, así como el pronunciamiento de la Corte Constitucional. Puede ser que se apruebe, pero finalmente quedará claro que fue producto de trampas, triquiñuelas y corrupción.


 


Falsos positivos: todo por la plata


 


Otro problema que se le ha presentado al gobierno es el relacionado con el escándalo de las ejecuciones de inocentes por parte de las fuerzas armadas, conocidos eufemísticamente como «falsos positivos».


 


En respuesta a los resultados contra la guerrilla que el presidente Uribe y Santos,  su ex ministro de defensa, les han exigido a los militares -y por los cuatro millones de pesos que pagan por cada muerto y los permisos que consiguen los militares como premios por dar resultados- se dedicaron a engañar y a asesinar centenares, tal vez miles, de jóvenes. A esto se suma que su proyecto de ley de víctimas no fue aprobado y tuvo que dar la orden a sus esbirros en el Congreso para que hundieran el proyecto de los liberales.


 


Estos dos hechos han puesto al gobierno en el ojo del huracán del imperialismo europeo a través de la ONU. El Relator especial de la ONU para ejecuciones extrajudiciales, Philip Alston, después de 10 días de visitas a varias regiones, concluyó que los «Falsos Positivos» se convirtieron en práctica sistemática que incluyen a 13 departamentos, y que esa práctica «se caracteriza mejor como el asesinato a sangre fría y premeditada de civiles inocentes, con fines de beneficio».


 


«Si me llevan la contraria, los chuzo»


 


El otro escándalo ha sido el de las llamadas chuzadas del DAS, organismo [de seguridad] que depende directamente de Uribe. Interceptación de comunicación a contradictores de derecha y de izquierda; a magistrados, periodistas, defensores de los derechos humanos, y todos los que Uribe considera peligrosos para su gobierno porque le llevan la contraria. Como parte de lo mismo también está el espionaje económico que ha hecho la Unidad de Información y Análisis Financiero (UIAF), en cabeza de su director Mario Aranguren, contra los magistrados de las altas cortes. El caso de las chuzadas ha sido tan escandaloso que el Fiscal Mario Iguarán -no precisamente un opositor de Uribe-, ha llamado a indagatoria a 34 funcionarios y ex funcionarios del DAS, a sus últimos cinco directores, y al mismo Mario Aranguren.


 


Producto de ello, Carlos Alberto Arzayús, ex director de Inteligencia del DAS, hizo revelaciones en indagatoria a la Fiscalía, afirmando que fue desde el alto gobierno, hace cinco años, que se determinó que el DAS debía hacer inteligencia para el Ejecutivo, que el mismo Uribe señaló a varias ONG como infiltradas por la guerrilla a las que había que vigilar; que así fue como se interceptó al Colectivo de Abogados José Alvear Restrepo, Redepaz, Justicia y Paz, Codhes, la Comisión Colombiana de Juristas y al Cinep, entre otras organizaciones, partidos políticos, periodistas y demás contradictores de Uribe; y que toda esa información se le hacía llegar al ejecutivo quien estaba al tanto de todo. Más claro no puede quedar el asunto.


 


A todo lo anterior se suma el hecho de que la primera reelección fue aprobada con base en la compra de votos de parlamentarios en lo que se conoce como el caso de la «yidispolítica», y que ahora la burguesía opositora vuelve a destapar para denunciar que no fueron sólo los tres congresistas que están en la cárcel a quienes el gobierno les compró el voto a cambio de darles notarías, sino 30 más que ahora serán investigados.


 


Además, el archipiélago de partidos financiados y respaldados porlos paramilitares en diversas  regiones fue parte fundamental del aparato electoral que garantizó las cuantiosas votaciones por Uribe en las dos elecciones pasadas, como se ha evidenciado con el escándalo de la parapolítica.


 


La burguesía no se atreve.


 


La oposición burguesa destapa escándalos a cuentagotas para debilitar a Uribe, pero no se atreven a ir más allá. Tienen fresco el recuerdo del 9 de abril de 1948 [fecha de una rebelión popular conocida como «gaitanazo» o bogotazo», en reacción al asesinato del dirigente del partido liberal Jorge Eliécer Gaitán] y el Paro Cívico de 1977, donde la situación se les salió de control y, en el primer caso, tuvieron que recurrir al General Gustavo Rojas y su dictadura.


 


Por lo tanto el pacto nacional de 1957parece que sigue funcionando implícitamente,  por lo menos en lo que se refiere a no movilizar a las masas para dirimir sus diferencias e intereses. Incluso han preferido utilizar el sicariato para sacar de juego a uno que otro candidato u opositor político, antes que ir a la confrontación en las calles. Ahí están los casos de Luis Carlos Galán y Álvaro Gómez.


 


Que la oposición burguesa sea timorata y no se arriesgue a apoyarse en las masas para echar a Uribe del poder, es comprensible. Incluso porque la gran burguesía y el imperialismo se han beneficiado de su gobierno. Se han enriquecido, y todo parece indicar que hay un acuerdo de hecho: no derribar el gobierno y llevar todo al terreno puramente electoral. Ese es el papel de César Gaviria como jefe de la oposición.


 


.y el Polo tampoco


 


Pero lo que es inaceptable es que la oposición de izquierda, encabezada por el Polo Democrático Alternativo, y las direcciones de las centrales obreras no se hayan jugado a tumbar el gobierno, aprovechando los distintos periodos de crisis para movilizar a las masas y darle un empujón para que se derrumbara.


 


En los últimos años se han convocado encuentros nacionales y cumbres sociales para discutir, y semestre tras semestre se ha prometido un gran paro nacional que se aplaza una y otra vez, o se convierte en una pírrica jornada nacional. Hasta ahora no se conoce un pronunciamiento de la dirección del Polo o los partidos que lo conforman, ni de las direcciones de las centrales obreras en el sentido de impulsar una política para tumbar al gobierno.


 


Y no se puede argumentar que no ha habido disposición de lucha de las masas. En el primer semestre de 2007 estudiantes universitarios y secundarios, impulsando a los maestros, dieron ejemplo de lucha. Pero la dirección de la Federación Colombiana de Educadores (Fecode), en cambio de llamar a los demás sectores a salir a la pelea y apoyar, aplazó el paro educativo. Desde entonces todavía está aplazado. En el segundo semestre del año pasado los trabajadores de la rama judicial, los corteros de caña, los indígenas y otros sectores del movimiento obrero, salieron a la pelea, pero la dirección de las centrales obreras estuvieron más preocupados por cómo desmontar el proceso, levantando conflicto por conflicto, para evitar que se unificaran, antes que convocar a un paro nacional. Ahora, lo que supuestamente era un encuentro para votar un paro nacional, lo han convertido en una cumbre académica para parlamentar.


 


En conclusión, la fortaleza de Uribe no radica en su supuesta capacidad para hechizar las masas, sino en la pusilanimidad de la oposición burguesa y el nefasto papel de las direcciones del Polo y las centrales obreras de encauzar todo al terreno parlamentario y renunciar a la movilización de las masas para tumbarlo.


 


Ante esto no queda otra alternativa que impulsar, desde las bases, la unidad de la lucha, exigiéndole a las direcciones que rompan su tregua con el gobierno, que dejen de ilusionar con el «gobierno del Polo», y llamen a movilizar para echar abajo a Uribe. Al régimen autoritario y asesino lo podemos echar abajo los trabajadores tomándonos las calles y paralizando la producción en defensa de nuestros derechos; de lo contrario la burguesía y el imperialismo lo estabilizarán para asestarnos una derrota aún mayor, descargando la crisis sobre nuestros hombros. Con la dirección que tenemos no hay salida. Tendremos que construir una nueva, desde las bases.


 

Abaixo o golpe reacionário em Honduras!

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Reproduzimos a declaração conjunta emitida pelo MAS (Movimento ao Socialismo) da Costa Rica e o MSTC (Movimento Socialista dos Trabalhadores e Camponeses) de El Salvador, seções da LIT-QI na América Central.


 


Greve Geral já para derrotar os golpistas!


 


Na manhã deste domingo, 28 de junho, o presidente hondurenho Mel Zelaya foi seqüestrado pelo exército e levado para a Costa Rica, pondo em curso um autêntico golpe de estado em Honduras.


 


Há semanas, tem sido orquestrada uma oposição reacionária que articula a corte suprema de justiça, o parlamento, as forças armadas, os dois partidos tradicionais (Liberal e Nacional), a grande imprensa e a hierarquia das igrejas católica e evangélicas. Enquanto escrevemos esta nota, vários funcionários e embaixadores também se encontram sequestrados.


 


Todos estes fatos se explicam pela crise do imperialismo na região, e esgotamento do neoliberalismo e o alento que a embaixada norte-americana vinha dando às alas mais reacionárias da burguesia centro-americana.


 


 Honduras é um dos países mais empobrecidos da artificialmente dividida nação centro-americana. As décadas de ofensiva neoliberal encheram de pobres o país e empurraram milhões de hondurenhos para a emigração, enquanto que as empresas madeireiras, mineradoras, elétricas foram se apropriando do país e o tem saqueado com particular voracidade. Toda a institucionalidade política, a Corte Suprema de Justiça, o tribunal eleitoral, os partidos políticos parlamentares, estão corroídos profundamente pela corrupção, pela venalidade política e pelo entreguismo ao imperialismo.


 


Este caráter dependente da economia hondurenha faz com que o controle central do Estado e de suas instituições seja de vida ou morte. Há cerca de dois anos que os embates entre os distintos setores da burguesia têm se agudizado.


 


A tentativa do governo de Mel Zelaya, de realizar neste domingo uma pesquisa de opinião sobre a possibilidade de colocar uma quarta urna nas próximas eleições presidenciais, que consultaria os cidadãos sobre se querem ou não convocar uma Assembléia Nacional Constituinte, foi a razão que terminou catalisando as condições do golpe de estado.


 


O governo de Mel Zelaya ordenou às Forças Armadas que utilizassem sua dimensão institucional para levar adiante a pesquisa. O chefe das Forças Armadas (Romeo Vásquez) desacatou a ordem, motivo pelo qual foi destituído pelo Executivo, mas logo recolocado no cargo pela Corte Suprema de Justiça.


 


No final da semana passada, o presidente encabeçou uma mobilização para recuperar o material eleitoral para a consulta, como contragolpe a este fato, a podre institucionalidade decide declarar ilegal a consulta e ordena que o exército atue.


 


Os fatos demonstram com clareza a grande farsa «democrática» que têm orquestrado os governos militares centro-americanos nas últimas décadas. Anos de promessas sobre paz, democracia e respeito às instituições não evitou que, na primeira tentativa morna de reforma e de consulta elementar aos cidadãos, se acione a máquina militar.


 


Zelaya não está nem próximo de ser um governo «revolucionário» e «popular». Na verdade, elementos chaves da política imperialista em Honduras, como o TLC (Tratado de Livre Comércio) e a base militar em Palmerola -, nunca foram atacados por seu governo. Na verdade, o partido liberal (partido do presidente Zelaya) faz parte da densa capa reacionária que evitou a realização da pesquisa e que, buscando desculpas legais e tecnicismos, tenta justificar este golpe.


 


Todos sabem que as primeiras vítimas dos golpes de estado são os setores populares. Em Honduras, desde 2002 os trabalhadores e o povo vêm protagonizando lutas multitudinárias em defesa da água, do emprego, do ensino, das florestas e de condições básicas de vida. Têm construído uma ferramenta chave de luta – a Coordenação Nacional de Resistência Popular – e têm avançado em sua independência política apresentando candidaturas independentes de lutadores (Carlos H. Reyes, Berta Caceres, Carlos Amaya). Se o paramilitarismo e o exército existiam para golpear esta resistência popular, o golpe de estado de Michelletti & Cia tem como um de seus objetivos fundamentais quebrar, destruir e dispersar a força popular acumulada nestes anos.


 


Mesmo com o golpe de estado tendo sido produzido diante dos olhares satisfeitos da embaixada norte-americana, as instituições pró-imperialistas, a OEA (ministério de colônias dos Estados Unidos) e a União Européia querem «curar as feridas» e solucionar «desde cima» o conflito, deixando intacta a apodrecida democracia colonial hondurenha que facilitou o golpe, como pretende o secretário geral da OEA, Miguel Insulza, com sua viagem diplomática a Honduras.


 


Nós, como socialistas centro-americanos e internacionalistas, nos colocamos desde já nas fileiras daqueles que rechaçam por todos os meios necessários o golpe de estado levado adiante em Honduras. Para nós somente as massas têm o direito de retirar este ou qualquer outro presidente do poder. Por isso, exigimos que se respeite a vontade popular que colocou a Manuel Zelaya na Presidência.


 


Como primeiro passo para o debate, queremos propor ao conjunto das organizações sindicais, populares, estudantis e democráticas da América Central e da América Latina o seguinte plano de ação:


 


1) Chamamos a derrotar nas ruas e com todos os meios necessários o golpe de estado em Honduras. As centrais operárias e a CNRP (Coordenação Nacional de Resistência Popular) devem convocar a mais ampla mobilização popular e a greve geral para destruir os golpistas nas ruas. Reaparição com vida de todos os cidadãos e funcionários desaparecidos e sequestrados. Defesa de todas as liberdades democráticas.


 


2) Não reconhecimento e bloqueio continental diplomático e econômico ao governo de Roberto Michelletti.


 


3) Julgamento, castigo e prisão para todos os responsáveis materiais e intelectuais (juízes, militares) do golpe.


 


4) A única saída para garantir as liberdades democráticas em Honduras é destruir com a mobilização popular a apodrecida institucionalidade que permitiu e orquestrou o golpe de estado. Sobre as ruínas do bipartidarismo e do velho regime e apoiado nas organizações populares, é necessário convocar uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, que refunde Honduras e que rompa os pactos que atam o país ao imperialismo.


 


MAS – Costa Rica e MSTC – El Salvador


Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional


28 de junho de 2009


 

Chamado da UGTG ao movimento operário internacional

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Reproduzimos a continuidade do chamado de solidariedade que nos chegou da UGTG (União Geral dos Trabalhadores de Guadalupe)


 


Queridos camaradas e amigos:


 


Uma vez mais, o Estado Francês, com a cumplicidade dos principias cargos eleitos de Guadalupe, utiliza seu aparato repressivo contra a juventude, contra os trabalhadores, contra o povo de Guadalupe


 


Ao não conseguir fazer retroceder o movimento em curso há 5 meses contra a pwofitasyon («exploração» em creole), chamado  pelas organizações de Guadalupe, especialmente as organizações sindicais, o Estado francês decidiu acionar seu aparato de repressão judicial. Lembremos que este movimento já permitiu a assinatura do Acordo inter profissional (Acordo Bino) em 26 de fevereiro de 2009, de 200 euros de aumento aos baixos salários, a assinatura de um Protocolo de acordo, em 4 de março de 2009, suspendendo assim a greve geral que havia começado em 20 de Janeiro passado. Assim vemos uma cascata de investigações e julgamentos:


 



  • Em 8 de março: abertura de uma investigação judicial contra Elie Domota, Secretário Geral do nosso sindicato e porta voz de LKP [1];

 



  • Em 15 maio: julgamento dos jovens de Gourbeyre;

 



  • Em 19 de maio: por ter denunciado as escutas ilegais das quais eram vitimas, Maître Sara Aristide y Patrice Tacita são convocadas ao tribunal de Pointe-é-Pitre (capital de Guadalupe) por um juiz do tribunal administrativo de Paris; o Promotor Geral de Basse-Terre pede a declinação da competência do assunto pelo juiz de instrução do tribunal de Pointe à Pitre;

 



  • Em 20 de maio: convocatória diante da câmara de instrução de Michel Madassamy e de Gabriel Bourguinon, dirigentes da UGTG; há que assinalar que S. Aristide y P. Tacita são seus advogados;

 



  • Em 26 de maio: julgamento de Raymond Gautherot, secretário geral da UGTG; condenado em primeira instância a três meses de prisão.

 



  • Em 29 de maio: julgamento de Jocelyn Leborgne, membro do conselho sindical da UGTG.

 



  • Em 4 de junho de 2009: julgamento do camarada Max Delourneau pela sua participação nas mobilizações do LKP.

 



  • Em 9 de junho de 2009: julgamento do camarada Christophe Theophile, membro do conselho sindical da UGTG.

 


Por que este plano de repressão contra os trabalhadores, a juventude e o povo de Guadalupe?


 


Porque os trabalhadores com seus sindicatos não capitulam diante dos golpes que chegam de todos os lados: greves e manifestações massivas dos assalariados grevistas para fazer com que se aplique o Acordo Bino na íntegra, rechaço ao corte feito pelo Governo, mobilizações contra as ameaças e chantagens aos demitidos.


 


Porque, no 1° de maio de 2009 havia mais de 30.000 manifestantes em Petit Canal;


 


Porque o LKP continua obtendo êxito nas negociações sobre a plataforma de 146 pontos [2] e continuam com o apoio massivo da população. É porque milhares de jovens, de desempregados, de trabalhadores, de pensionistas, participam das reuniões chamadas pela LKP nos municípios.


 


É graças à determinação dos trabalhadores e do povo de Guadalupe, na greve geral de 44 dias, pela mobilização da população de até 100.000 manifestantes, que podemos obter êxito nas reivindicações negociadas, e também graças a sua solidariedade.


 


Em nome do direito dos trabalhadores e do povo de Guadalupe para lutar por suas legítimas reivindicações e para barrar a repressão, recorremos de novo à solidariedade internacional.


 


Pointe à Pitre, Guadalupe, junho de 2009.


 


Elie Domota


Secretario Geral


 


As mensagens de protesto devem dirigir-se a:


 


Prefeito de Guadalupe: Calle Lardenoy 97.100 Basse Terre


Fax: Internacional: 00.335.90.81.58.32 O: 00.590.590 815832


De França: 05.90.81.58 32


 


Sr. Yves Jego, Secretário de Estado Encarregado de Ultramar


27, Calle Oudinot 75.007 de Paris


Fax: Internacional: 00.331.53.69.28 04


De França: 01.53.69.28 04


 


Tribunal Administrativo Pointe à Pitre


Fax – Internacional: 00.33.590.836104 O: 00.590.590 8361O4


De França: 0590 836104


 


Tribunal Administrativo Basse Terre


Fax: Internacional: 00.33.590.806361 O: 00.590.590 806361


De França: 0590 806361


 


Copia a UGTG,


Rue Paul Lacavé 97.110 Point-à-Printe – Guadalupe


Fax: Internacional: 00.335.90.89.08.70 O: 00.590.89.08 70


França: 05.90.89.08 70


E-mail: ugtg@wanadoo.fr


 


NT:


[1] LKP: Liyannaj Kont Pwofitasyon, nome em creole da frente de organizações sindicais e sociais de Guadalupe que encabeçou o processo de luta de meses atrás. O nome poderia ser traduzido como «Coletivo contra a exploração». A UGTG (União Geral de Trabalhadores de Guadalupe) é a principal organização sindical do país e a principal base da LKP.


[2] Plataforma em 10 capítulos do LKP contendo 146 reivindicações.