Vie Abr 19, 2024
19 abril, 2024

Fora Obama da América Central!

Não à militarização e ao saque de nossos povos!

A visita de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, a Costa Rica está programada para esta sexta-feira, 3 de maio. Obama vem participar da reunião do Sistema de Integração Centro-americano (SICA), que contará com a participação dos chefes de estado da Guatemala, Nicarágua, Honduras, Panamá, El Salvador, Costa Rica, Belize e República Dominicana.


Qual o motivo da vinda de Obama? O mentiroso discurso do governo e da imprensa diz que Obama vem para avançar na “colaboração econômica e na colaboração com a guerra às drogas”. As verdadeiras razões desta visita são: em primeiro lugar aprofundar os planos de militarização de nossa região, utilizando como pretexto a “guerra contra as drogas” e em segundo lugar aprofundar a dependência e subordinação econômica de nossos países.

Obama vem aprofundar o processo de recolonização da América Latina que o imperialismo norte-americano vem promovendo por meio de tratados como o TLC e a dolarização de países como El Salvador e Panamá. É uma tentativa de resolver a crise dos Estados Unidos e da Europa com o aumento da exploração de nossos países.

O TLC prejudica milhares de produtores da região, aumenta a dependência de nossas economias e cria uma enorme onda de desemprego e de aumento da desigualdade em toda América Central. Esta quebra de produtores levou a um gigantesco aumento da importação de alimentos, a uma perda da soberania nacional e ao aumento dos preços dos produtos alimentícios e do custo de vida em geral.

Além disso, o governo de Obama promove o endividamento externo que hoje leva até 40% dos orçamentos estatais destes países. Frente às crescentes dívidas e déficit fiscais, a “solução” e as exigências do imperialismo a todos os governos da região são a aplicação de “planos de ajuste”. Estes planos significam cortes dos orçamentos sociais tais como saúde e educação e ataques aos direitos adquiridos dos empregados públicos e a todo o sistema de aposentadoria.

Os chamados “projetos de investimentos", por exemplo, em novas energias renováveis, sempre vêm acompanhados de privatizações dos setores elétrico e de comunicações e da entrega descarada de partes do território nacional. O caso mais significativo é o das cidades modelo em Honduras. Isto também se vê nas dezenas de Zonas Francas e fábricas “maquiadoras” instaladas em nossos países, que pagam salários miseráveis, não respeitam os mínimos direitos trabalhistas e não pagam nada de impostos.

Enquanto o capital imperialista norte-americano e seus sócios têm as portas de nossos países cada vez mais abertas, milhões de trabalhadores imigrantes clandestinos nos Estados Unidos sofrem uma brutal exploração à qual se somam as perseguições, detenções, deportações e até a morte em mãos de narcotráfico e dos “coiotes”.

Toda esta brutal exploração e opressão de nossa região não poderia deixar de vir acompanhada por uma repressão militar que a garanta. O governo de Obama avançou durante estes anos na forte militarização de nossa região. Além da “Patrulha Conjunta” este governo manteve e fortaleceu as bases militares no Panamá e em Honduras.

O imperialismo norte-americano aproveita-se do problema de segurança gerado pelo narcotráfico para levantar sua política de “guerra às drogas”. Com esta, pretende-se aprofundar a militarização e a submissão militar dos países da área por meio dos “acordos de combate às drogas”. Estes são só um pretexto e na realidade o narcotráfico continua crescendo, apesar da militarização.

Finalmente, este governo está promovendo o treinamento “gorila” dos exércitos e polícias em matéria de “contrainsurgência” que, na história, só foi utilizada contra o povo trabalhador.

O mais vergonhoso é que, apesar de tudo, o representante do Império que nos oprime será recebido com um tapete vermelho pelos governantes de nossos países. Para a implementação de todos estes planos de recolonização, o imperialismo norte-americano conta com a submissão vergonhosa de todos os governos de nossos países, inclusive os chamados “governos progressistas de El Salvador e da Nicarágua”.

Frente a estes governos que atuam como administradores coloniais e submissos, serventes do imperialismo, toca ao povo trabalhador e às organizações sindicais, populares e democráticas dar a Obama a recepção que ele merece. Convidamos todos a se manifestarem nesta próxima sexta-feira, 3 de maio, em todos os países centro-americanos para repudiar a visita de Obama, para exigir que cesse a militarização e que se respeite a soberania de nossos países.

Fora Obama da América Central!

Fora o exército norte-americano de toda nossa região! Pelo fim das bases militares na região!

Não queremos nenhum “intercâmbio” que resulte em mais dependência, desigualdade e desemprego!

Pela ruptura com o TLC e todos os tratados que nos submetem ao imperialismo!

Partido dos Trabalhadores – Costa Rica
Partido Socialista dos Trabalhadores – Honduras
Liga dos Trabalhadores para o Socialismo – Panamá
Unidade Socialista dos Trabalhadores – El Salvador
Seções centro-americanas da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional

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