Vie Mar 29, 2024
29 marzo, 2024

Conquistemos as praças e as ruas juntos! Derrubemos o ditador! Greve Geral já!!

Declaração do Movimento RED sobre as mobilizações na Turquia.
 
Nossa resistência ganhou uma nova dimensão depois dos ataques levados a cabo pela ditadura do AKP na manhã de 11 de junho, na Praça Taksim.

 Em que pese as promessas de que “a polícia não atacaria”, centenas de manifestantes ficaram feridos pelo uso de gás lacrimogêneo por parte da polícia. Outros tantos foram detidos. Alguns dos feridos correm risco de vida…

Não obstante, nosso movimento se converteu em uma insurreição aberta contra a ditadura do AKP: não baixou a guarda. A resistência se prolongou pelo dia todo e seguiu durante a noite com o apoio massivo em Istambul e outras cidades turcas. Em muitas partes de Istambul, o trânsito foi cortado por milhares de pessoas. Primeiro em Izmir e Ankara, mas houve manifestações em muitas outras cidades, inclusive em povoados menores.

Por outro lado, e ainda durante a noite, a polícia lançou gás venenoso e água, mais uma vez. Conseguiu dispersar as barricadas, mas não as massas. Em que pese o fato que tenham destruído e queimado as tendas da resistência no Parque Gezi, as mesmas foram reconstruídas na manhã seguinte. A Resistência segue de pé!

Até que as condições apresentadas pela resistência de Taksim sejam acatadas pelo governo continuaremos resistindo, rua a rua. Gostaríamos de comentar algumas questões que nos parecem importantes para a continuação da luta.

1.O governo é incapaz frente à resistência. O AKP, que não se retratou até o momento, propôs um referendo. As massas que não confiam no governo estão nas ruas e a polícia atacou-as violentamente; o AKP quer ganhar tempo com o referendo. Enquanto existem milhares de feridos, três mortos e inumeráveis companheiros que correm risco de vida, não aceitaremos um referendo e “não nos esqueceremos de tudo o que se passou”. O governo aceitará as nossas demandas ou pagará pelos seus atos.

2.A resistência ainda está desorganizada. Taksim é extremamente organizada na hora de resolver as necessidades de alimentos, alojamento, assim como para colocar em marcha enfermarias para os feridos e distribuir máscaras de gás, mas isso não pode nos confundir. Um organismo de autodefesa comum deve ser criado para apoiar a resistência na hora de reorganizar os protestos quando forem dispersados e para não cair nas provocações. Dessa forma os métodos utilizados para ameaçar as massas serão neutralizados.

3.A classe trabalhadora deve participar por toda a linha na resistência. Obviamente que muitos trabalhadores estão participando nos protestos em seus distritos e saindo à rua, às 21h00 horas de cada noite, com suas caçarolas. No entanto, são poucos os trabalhadores no campo da produção que participam nessas ações. A resistência recebeu o apoio de KESK e DISK, mas TURK-IS ignora. TURK-IS faz o mesmo que a Plataforma de Colaboração Sindical: declara simpatia pela resistência, mas não faz nada de concreto para apoiá-la. Todos os sindicatos devem convocar uma Greve Geral. Para a construção da greve, há que pressionar de todas as formas a direção do TURK-IS.

4.Uma luta efetiva deve ser levada a cabo contra o nacionalismo. No último fim-de-semana, uns 20 provocadores – infiltrados na Praça Taksim  pelo governo – provocaram os ativistas contra os Curdos e tentaram iniciar confrontos. A intervenção de nossa organização e outros grupos se deu no sentido de impedir que as provocações aumentassem. Qualquer comportamento que divida nossas forças dará mais poder ao governo. Torna-se essencial nos concentrarmos nas demandas. Todos os envolvidos na resistência devem atuar com responsabilidade.

5.De fato, grupos islâmicos anti-capitalistas e revolucionários estão secundando os protestos. Estes grupos são nossos amigos. Deram uma bofetada no governo com seus cultos religiosos na Praça Taksim. Tayyip Erdogan continua tentando manipular o sentimento religioso das pessoas. A polícia demonstrou quem está realmente atacando os islâmicos com a destruição da mesquita que havia sido erguida na Praça. Não toleraremos nenhuma discriminação aos grupos islâmicos envolvidos na resistência. Reiteramos nossos chamados para que todos atuem com responsabilidade.

6.Nossa resistência deve definir um plano de ação, ao invés de votar diretrizes a cada dia. Até que se adotem as condições apresentadas devemos defender com todas as forças a Praça Taksim. Por outro lado, aqueles que não podem vir para a Praça devem difundir a resistência nos seus bairros e ruas. Ações de solidariedade devem ser organizadas em outras cidades. O governo realizará, até o final da semana que vem, atos políticos em Ankara e Estambul, utilizando o aparato e o recurso do Estado. Nossa resistência em ambos os dias, assim como nos dias do 430. O aniversário da grande resistência operária de 15 e 16 de Junho deve ser massiva e reunir dezenas de milhares nas principais praças do país. Devemos tomar as praças de todo o país. Devemos mostrar ao partido do governo, e a todo o mundo, a força de nossa resistência. Chamamos os apoiadores e simpatizantes do Movimento RED a participar nas barricadas e manifestações.

7.O governo do AKP, com o objetivo de deslegitimar a resistência, afirma que a mesma é organizada pelo EUA e Israel. Nem sequer uma criança acreditaria em tamanha demagogia. Foi o AKP que caminhou de mãos dadas com os imperialistas e sionistas até os dias de hoje. A explosão de fúria em Taksim, que se extendeu como um rastilho de pólvora por todo o país, é consequência da política repressiva e arrogante do AKP. Políticas que vão contra os interesses dos trabalhadores. Até o momento, os revolucionários da Turquia estão levando a cabo uma luta incrível contra o sionismo e o imperialismo. Ninguém vai engolir as mentiras do governo. Além do mais, nossa resistência não levará só à aceitação das nossas demandas, mas também à derrocada do governo de AKP. Uma das consígnias mais cantadas nas manifestações é Erdogan Demissão. Nós também defendemos esta consígnia. O governo deve renunciar. A alternativa deve ser construída nas ruas.

8.Desde o primeiro dia do levante, nossos companheiros e apoiadores estiveram na linha da frente das barricadas. Nesse exaustivo processo alguns companheiros ficaram feridos, envenenados com gás, golpeados, atacados com canhões de água, mas não retrocedemos em nenhum momento. Estamos determinados.

Venceremos e não desistiremos da batalha. Junte-se a nós!
Conquistemos as praças e as ruas juntos! Derrotemos o ditador!
Construamos o futuro juntos!

Barricadas! Greve! Revolução! 

Tradução: Rui Magalhães

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