Nos últimos meses vimos observando como se desenvolvem diversos conflitos nas empresas para defender nossos direitos e postos de trabalho. Vemos nos noticiários notícias que os trabalhadores de diferentes empresas e obras protestam diante das demissões ou envios ao seguro desemprego.
O fechamento da ECOLAT Uruguai (indústria de produtos lácteos) e a luta contra as demissões, as mobilizações do SUNCA (sindicato da construção) denunciando envios ou ameaças de envio ao seguro desemprego em casos como na Fábrica Regasificadora (processadora de gás), na Fibra Óptica, na planta solar de Salto e em diferentes obras. A situação denunciada pela UTAA (trabalhadores açucareiros) de desemprego e baixos salários ou as reivindicações na educação do sindicato dos professores, são só alguns exemplos das lutas que os trabalhadores vêm travando por seus direitos, e que provavelmente continuarão e se incrementarão no marco econômico internacional de desaceleração.
Neste contexto, a maioria da direção do PIT-CNT[1] [central sindical] encontra-se totalmente submissa à política do governo e dos patrões. Somente aposta na negociação e mantém todos os conflitos isolados, seja numa empresa ou setor em luta, como se não fosse uma luta comum a todos os trabalhadores. Esta política consciente por parte da burocracia sindical debilita a luta dos operários, favorecendo, portanto aos patrões e seus planos para que sejamos sempre os trabalhadores os que paguemos pela crise.
De fato, a cúpula do PIT-CNT se converteu em uma burocracia que vive sem trabalhar, usufruindo dos subsídios e privilégios dos sindicatos. Esta burocracia ficou totalmente apartada das necessidades dos trabalhadores, se limitando a fazer o papel de bombeiro em todos os conflitos para apagar os incêndios gerados pela patronal.
A direção sindical tornou-se uma trava para o desenvolvimento da luta dos trabalhadores. É necessário exigir medidas concretas de luta a estes dirigentes diante dos ataques que estão sofrendo os trabalhadores, exigindo-lhes que rompam a conciliação com o governo e convoquem assembleias de base onde se discuta e se vote de forma democrática um plano unificado de todos os trabalhadores para enfrentar as demissões, envios ao seguro de desemprego e suspensões.
Ao calor desta luta, nós da IST chamamos-lhe a organizar na base, por local de trabalho, nas fábricas, escritórios, liceus, faculdades e nos bairros, para construir a partir da base uma direção sindical alternativa, que lute de forma consequente contra os patrões e o governo, recuperando os sindicatos e o PIT-CNT para os trabalhadores e sua necessária luta independente.
– Pela unidade de todos os conflitos em uma só luta para poder triunfar!
– Que a base decida cada passo da luta! Democracia sindical!
– Fora a burocracia dos sindicatos!
– Recuperar o PIT-CNT para os trabalhadores!
– Pela construção de uma nova direção sindical e política para os trabalhadores!
Tradução: Rosangela Botelho
Fonte: www.ist.uy
