sex mar 29, 2024
sexta-feira, março 29, 2024

Sindicato troca experiências no Fórum Social Mundial, na Tunísia


Depois da participação no Encontro Sindical Internacional, em Paris, na França, o Sindicato também enviou uma representação ao Fórum Social Mundial, realizado em Túnis, na Tunísia, entre os dias 26 e 30 de março.



No evento, o vice-presidente do Sindicato e membro da Secretaria de Relações Internacionais da CSP-Conlutas, Herbert Claros, levou nossa solidariedade às lutas que se espalham pelo Oriente Médio e norte da África nos últimos anos e trocou informações e experiências com organizações de trabalhadores de vários países.



Para o vice-presidente do Sindicato, estabelecer contatos, trocar experiências e fortalecer a solidariedade da classe trabalhadora são os principais objetivos da participação em encontros como esse. “Saem fortalecidas a unidade, a solidariedade e, portanto, as lutas da classe trabalhadora”, afirmou.



A edição do Fórum Social Mundial deste ano foi sediada na Tunísia, país que em 2010 foi palco do início da chamada Primavera Árabe, série de manifestações que uniu trabalhadores e a juventude, na derrubada de ditaduras no Oriente Médio e norte da África. Como não poderia deixar de ser, os debates sobre as lutas por igualdade e democracia marcaram o encontro.



Um dos destaques foi a luta do povo palestino contra a dominação do Estado de Israel. Em um dos debates do qual participou, sobre a “Campanha de Boicote a Israel”, Herbert falou sobre a postura crítica que nosso Sindicato mantém em relação à parceria firmada pela Embraer com a empresa israelense Elbit, para a construção dos chamados “drones”, aviões de guerra não-tripulados, usados na repressão de Israel ao povo pobre da Palestina.



Revoluções do Mundo Árabe

 

Outro tema refletido no Fórum foi a unidade entre as organizações sindicais e a juventude que impulsionou as Revoluções no Mundo Árabe. Em sua exposição, Herbert lembrou que esta unidade estratégica também foi fundamental na América Latina para a derrubada das ditaduras militares na década de 1980.



Na Tunísia, a unidade entre a central sindical União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT) e a juventude impulsionou as mobilizações pela derrubada do ditador Ben Ali, que comandou o país por 24 anos.



“Na Tunísia, a revolução começou porque a população estava cansada da miséria, do desemprego e da opressão da ditadura. Nas conversas que tive com comerciantes, taxistas e com jovens, o sentimento que impera é de que a revolução tem de continuar”, conta Herbert.



“Eles comemoram a conquista da democracia como um passo importante que possibilitou a liberdade de manifestação e defesa de ideias. Entretanto, reconhecem que a luta deve continuar rumo conquista da soberania nacional e da igualdade social”, completa.



Na Tunísia, é grande a presença de empresas francesas e norte-americanas, que sugam os recursos naturais e se utilizam da mão-de-obra barata e da falta de uma legislação trabalhista para explorar e lucrar mais.



Crise econômica mundial

 

A crise econômica mundial e os ataques dos governos europeus e da Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI), por meio dos planos de austeridade que retiram direitos sociais e trabalhistas, também foi discutido no Fórum.



No evento, a central sindical Solidaires, da França, denunciou o fechamento de unidades da PSA/Peugeout, que ameaça a demissão até 8 mil trabalhadores. O anúncio de encerramento das atividades da fábrica de Aulnay, em Paris, levou os metalúrgicos a ocuparem as instalações da empresa desde janeiro deste ano.



“Pelas falas dos companheiros, foi possível constatar que os ataques feitos lá fora são os mesmos daqui, como o caso das demissões na GM. Na Alemanha, a montadora ameaça fechar a Opel, e demitir 5 mil trabalhadores, apesar das concessões feitas pelo sindicato local,” avalia Herbert.



Além da UGTT, do Solidaires, o Sindicato também firmou contatos com a Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) e com a Organização Democrática dos Trabalhadores (ODT), do Marrocos. Estes contatos vão fortalecer a rede de sindical de solidariedade e lutas criada durante o Encontro Internacional do Sindicalismo Combativo, realizado em março, na França, do qual o Sindicato também participou.


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